Agosto - 2023 - Edição 294
As ameaças da Inteligência Artificial
Está na moda discutir a importância e os receios da inteligência artificial
(IA). É claro que o tema não escaparia
aos cuidados do intelectual Yuval Harari,
nos seus últimos livros. A IA está criando textos, códigos, imagens, histórias e
músicas. Mas pode criar falsificações perfeitas de sons e imagens
ou redigir leis, o que torna a ferramenta extremamente perigosa,
ainda mais sabendo-se das enormes carências da nossa Justiça, na
qual se discute o uso do ChatGPT na fundamentação de decisões
de relevo.
Por que isso é importante? Sabe-se que, no Brasil, hoje,
há 77 milhões de processos, distribuídos por pouco mais de 18
mil juízes. Seria essa a causa da incrível morosidade do nosso
Judiciário? A IA está presente na maioria dos tribunais brasileiros,
com notáveis ganhos de produtividade, mas a ferramenta é vista
com desconfiança, pois produz falhas técnicas (bugs) que produzem resultados equivocados. Os juízes são seres humanos que
não podem ser substituídos por algoritmos. A sensibilidade de um
magistrado é um elemento insubstituível no seu comportamento.
Como conciliar tudo isso é um fator hoje presente e de relevo nas
discussões.
O fenômeno chegou à educação, depois de alcançar igualmente os veículos de comunicação. Metade das redações, ao redor
do mundo, trabalham com inteligência artificial generativa. Mas
há fatores negativos no processo, como inexatidão de informações
e baixa qualidade do conteúdo. Assinalam-se plágios e violação de
direitos autorais, o que causa uma natural preocupação. Sugere-se
a adoção de diretrizes que aperfeiçoem o mecanismo.
E aí surgem os robôs de IA, conhecidos como chatbots, que
respondem às perguntas dos usuários, depois de fazerem as indispensáveis pesquisas.
O Google opera com a sua própria ferramenta, que é o Bard. Já existe o rival que é o
Bing Chat, da Microsoft,
mas ainda há um longo caminho para evitar as falhas sucessivas
que se registram no processo.
Espera-se para breve a ajuda dessa ferramenta no combate
às ondas de intolerância, ódio e preconceito. Vai simular emoções
e aí estaremos no bom caminho, como preconizou o estudioso
israelense Harari.