Dezembro - 2021 - Edição 274

Um pingo fora do lugar

Certamente, a jornalista Manoela Ferrari tem saudades dos tempos em que estudou geometria, numa das escolas de Vitória, onde fez o antigo curso ginasial. Tem na cabeça uma das verdades apreendidas na ocasião: “Toda paralela a um dos lados de um triângulo determina um segundo triângulo semelhante ao primeiro.”

Isso para os egípcios era uma verdade fundamental, quando examinavam as figuras ou os sólidos desenhados nas areias da sua terra. Manoela deixou em paz as paralelas e se fixou na figura dinâmica do ponto. E fez dele o pivô de uma ação extremamente feliz: o ponto não se conforma com as ações deletérias da esquentada e traiçoeira Kei Mada, visivelmente protegida pelos meios oficiais: “As crianças precisam adquirir essa consciência e se colocar contra as agressões à destruição das nossas florestas” – afirma a linda escritora, que lança pela Editora Jordem o seu segundo livro infantil. Ela não visa ao lucro, tanto que irá distribuir parte da tiragem de forma gratuita, como combinou com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. “Quero ajudar a transformar essa consciência através da educação ambiental, de que andamos muito necessitados” – afirma a jornalista e escritora, que recorda muito feliz os seus bons tempos de Manchete, quando trabalhou com essa preocupação e já ao lado dos que defendiam, desde cedo, os cuidados com o meio ambiente.

O ponto é uma preciosa gotícula de água. Vai ser muito útil no combate aos incêndios criminosos, como tem acontecido frequentemente na Amazônia e no Pantanal. O ponto se desloca para onde é mais necessário, valorizando o que representa no combate a tais ações criminosas.

Manoela lamenta os meses em que não pôde lecionar na creche beneficente do Dispensário Santa Terezinha, na Gávea, onde dá aulas com muito prazer (e de forma gratuita), cumprindo o que para ela é uma sagrada missão: “Sofri muito com esses tempos de proibição, mas hoje tenho a esperança de que a Covid-19 tenha nos deixado de forma definitiva.”

Como jornalista e professora, Manoela Ferrari entende que deve cumprir o seu papel de educadora, e nada a torna mais feliz do que valorizar a educação ambiental: “É missão da qual não quero e não devo me afastar” – afirma a bem-sucedida autora