Janeiro - 2021 - Edição 263
Joseph Safra, um homem generoso
Do convívio de muitos anos com o banqueiro Joseph Safra, posso concluir que se
tratava de um homem extremamente generoso. Ele faleceu aos 82 anos, de causas naturais. Deixou, no seu país de adoção (nasceu
no Líbano), uma extraordinária obra Social e
financeira. Caberá aos seus quatro filhos prosseguir com o sucesso do
Banco Safra e seus desdobramentos, todos bem-sucedidos.
Dele recebemos um apoio permanente. Estivemos juntos no casamento da sua sobrinha Ester com Cláudio Szajman, e em outras oportunidades, como na palestra feita no Hotel Renaiscense, tendo como tema
“A presença do judaísmo na sociedade brasileira”. Sempre muito tímido,
ao lado da querida esposa Vicky, sentou-se no fundo do auditório, para
não ser percebido, como era seu hábito. Mas não deixou de aplaudir o
orador, depois de tudo encerrado.
Com um grande interesse por questões culturais, foi o braço direito da esposa na edição contínua da excelente revista Morashá, de artigos
essenciais sobre a vida judaica. Tinha orgulho da publicação.
Joseph, que os íntimos chamavam de José, exerceu uma intensa
atividade filantrópica, como aconteceu com diversos hospitais (SírioLibanês e Einstein) e outros tantos no Rio de Janeiro. Os seus recursos
financeiros alimentaram atividades de pesquisa em nosso país, sem
contar as inúmeras ações desenvolvidas no Estado de Israel. Era um
conceituadíssimo benfeitor.
Além do que enumeramos, ele tinha a admiração do mundo
financeiro. O meu amigo Luís Carlos Trabuco Cappi, presidente do
Conselho de Administração do Bradesco, escreveu um bonito artigo,
na Folha de São Paulo, afirmando que o seu nome se inscreve na geração de banqueiros por vocação. E mais: “Ele pertenceu a uma estirpe,
da qual também fizeram parte homens como Amador Aguiar, Walter
Moreira Salles, Olavo Setubal, Lázaro de Mello Brandão e Aloísio Faria.
Safra foi um ícone entre seus pares pela liderança silenciosa que exercia,
baseado sempre na credibilidade.”
Vamos ter saudade de Joseph Safra. Dos seus preciosos conselhos,
como os recebidos ainda na Manchete, que ele gostava de frequentar,
para papos memoráveis com Adolpho Bloch. Que Deus o acolha com o
carinho merecido.