Outubro - 2020 - Edição 260
Uma história de garra e competência
Tenho ao meu lado a esposa Ruth,
com quem estou casado há quase 60 anos.
Recebo do meu filho Celso, o mais velho, a
doce incumbência de escrever o prefácio do
livro sobre a saga do maravilhoso trabalho de
construção da UniCarioca, hoje considerado
o melhor centro universitário do Rio de Janeiro.
Ruth me olha e sorri. Certamente, ela pensa nos 30 anos vividos
desde os tempos inaugurais, quando adquiri a carta-consulta indispensável para se ter um curso superior. Foi-nos oferecido um curso de
Informática, exatamente a área de preferência do Celso, que estudou
Engenharia de Sistemas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro, além dos estudos subsequentes no tradicional Imperial College
de Londres. Tive o ensejo de visitá-lo várias vezes na capital inglesa e
acompanhei o seu vívido interesse pelo tema, que desabrocha como dos
mais relevantes no ensino superior.
Nesse quadro de lembranças, devo reservar um espaço para a
figura respeitável de Adolpho Bloch, presidente da Manchete. Quando
lhe contei dos sonhos do jovem Celso, então com menos de 18 anos de
idade, com o seu jeito meio recalcado perguntou: “Por que você não
manda ele passar uma temporada no Instituto Weizmann de Ciências
(IWC) de Israel?” Claro que era um sonho, pois o IWC é das maiores
instituições científicas do mundo. Aceitei na hora. Adolpho, como bom
padrinho, escreveu para Rehovot e conseguiu um estágio importantíssimo para ele. Com tudo pago pela Manchete, ficou mais de 30 dias em
companhia de cérebros privilegiados, que foram fundamentais para a
sua formação.
A Faculdade Carioca de Informática nasceu com inspirações
elevadas. Fez da qualidade a sua meta principal – e até hoje persegue
tenazmente esse objetivo, alcançado como provam os exames periódicos do MEC. São vários os cursos em que a UniCarioca está na liderança,
o que naturalmente explica o sucesso do empreendimento.
Tendo acompanhado de perto toda essa trajetória, preciso ressaltar a garra e a competência da equipe que conduz o vitorioso projeto.
Seria injusto se não destacasse a liderança do jovem reitor, com um
destaque necessário: a sua mulher Andrea. Nos intrincados mistérios
da administração, ela é uma presença essencial. O casal tem duas filhas
maravilhosas, Giovanna e Gabriela. A primeira segue os passos da família, fazendo carreira no magistério, para orgulho também dos seus avós.
Qual o futuro da UniCarioca? Manter a qualidade como apanágio e
crescer sobriamente, como sempre foi desejo do seu competente reitor.
Quais serão os cursos do seu amanhã? É impossível adivinhar, com os
extraordinários avanços do mundo científico, tecnológico e da inovação.
Há uma faixa reservada para o fascinante campo aberto pela
internet. A UniCarioca já se destaca no que chamamos de educação
remota ou a distância. Foi das primeiras instituições do país a dar valor
ao fenômeno do hibridismo, hoje em voga nos países desenvolvidos do
Primeiro Mundo.
Com uma particularidade que cumpre destacar: o valor dado
de forma incondicional aos seus professores. Constituem-se na parte
essencial do processo – e isso explica a resultante medida pela obtenção
da qualidade.
O campus do Rio Comprido tornou-se pequeno para os sonhos
de realização da UniCarioca. Foi necessário pensar na expansão, o que
acabou acontecendo, de forma espantosa, nesse bairro maravilhoso
que é o Méier, de tantas e tão gloriosas tradições. Nesses dois bairros, a
UniCarioca chegou a alcançar o número de 15 mil alunos, o que dá bem
a dimensão do seu relevo.
Com o Celso Niskier – e de forma permanente – podemos recordar
o pensamento de Alfred Whitehead (1861-1947): “A boa educação ensina
a descobrir a beleza e o poder das ideias.” É o que ele cultiva, ao lado de
sua cuidadosa equipe, desenvolvendo um projeto pedagógico que tem
tudo de admirável.