Março - 2025- Edição 305

Bea Machado Arts

Ao longo das 200 páginas do livro Bea Machado Arts – Pinturas e Esculturas encontramos a múltipla obra da artista, em pintura e escultura, desde o início de sua trajetória nas artes, em 1983. Com textos da crítica e historiadora da arte Sônia Siqueira, além de apresentar as obras mais conhecidas, o livro também traz ainda pinturas inéditas, nunca mostradas ao público. Dividido em oito capítulos, o início traz uma biografia da artista, com trechos escritos pela própria. Os demais capítulos, ou “atos”, como são chamados, trazem, em ordem cronológica, os diversos momentos da obra: Abstratos, Gestos, Copas, Potes, Cores e Formas e Esculturas, oferecendo um panorama de sua extensa produção. Bea Machado nasceu em Resende e mora no Rio de Janeiro. Fez sua primeira exposição individual em 1982 na Galeria Espaço 81, na Maison de France, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, participou da Bienal Internacional de Arte Contemporânea, na Flórida, onde recebeu medalha de ouro. Entre os prêmios recebidos estão: “Troféu Hípico”, Rio de Janeiro; “Troféu do Primeiro Campeonato Serra e Mar de Hipismo FIRJAN, no Banco do Brasil-Volta Redonda, Rio de Janeiro; Bolsa de Valores, Rio de Janeiro; MAM-Resende, Rio de Janeiro, e Annuarie de L’Art Internacional.

Diário dos Mundos

Diário dos Mundos (Editora Laranja Original, Coleção Prosa de Cor, 2022), de Letícia Soares e Eltânia André, foi inspirado na troca de mensagens entre as autoras através do WhatsApp, fluxo intenso que se iniciou quando se conheceram, no período em que Eltânia André trabalhou como psicóloga no Centro de Atenção Psicossocial de São Bernardo do Campo (CAPS) e Letícia foi diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Eis um livro sobre os dilemas e urgências de uma protagonista que protege o seu mundo, ao mesmo tempo em que avança na comunicação e sociabilidade. É urgente voltar a falar, é inevitável aventurar-se na linguagem. O oceano é imenso/intenso, mas o seu desejo/voz indestrutível. De acordo com o prefácio de Benita Prieto, especialista no desenvolvimento, estudo da oralidade e divulgação do trabalho dos contadores de histórias, o livro “é um mosaico que desconstrói preconceitos sobre o autismo, possibilitando ao leitor compreender as necessidades diversas. Embora a sociedade tenha avançado nos últimos anos, ainda estamos longe da inclusão justa e digna em todos os setores”. Diário dos Mundos, com 336 páginas, é uma viagem que demanda escuta e um vertiginoso encontro entremundos. Trata-se de um mosaico que desconstrói preconceitos sobre o autismo, possibilitando ao leitor compreender as necessidades diversas.

Lendas Capixabas

Recordar e, sobretudo, conservar as quarenta e sete principais lendas capixabas foi o objetivo da obra Lendas Capixabas (Coleção José Costa, 2023), de Maria Stella Novaes, organizado pela Academia Espírito-santense de Letras. Ao longo das 122 páginas, veremos ressurgirem capítulos dos tempos antigos do Espírito Santo, envoltos poeticamente na fantasia da imaginação popular. Saturadas de sentimento e beleza, encontram- -se, por exemplo, as lendas da Pedra dos Ovos, de Frade e Freira, da Fonte da Capixaba, do Itabira etc. Outras se relacionam com diversas passagens históricas: Nossa Senhora da Prainha, A Sereia de Meaípe, O Tesouro de Caçaroca etc. Existem ainda lendas religiosas, como as de Nossa Senhora da Penha, da Pedra do Diabo, da Pedra do Oratório. Maria Stella de Novaes nasceu na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, em 13 de agosto de 1894 e faleceu em 1981. Foi professora de desenho, caligrafia, ciências naturais e história natural. Representou o Espírito Santo em diversos congressos. Recebeu prêmios e condecorações, além de diversos diplomas acadêmicos. Foi membro de diversas instituições culturais, como o Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e uma das fundadoras da Academia Feminina Espírito-Santense de Letras. Publicou livros sobre botânica, pedagogia, história, folclore e literatura.

Til – A Cobrinha Ortográfica

O livro Til, A Cobrinha Ortográfica apresenta o engenheiro das canções Luizinho Lopes estreando na literatura. Há mais de 40 anos atuando no cenário musical, Lopes é um artista multifacetado. Além de poeta, compositor, cantor, violonista e produtor musical, nesta obra o artista revela a história da composição de sua canção Til, lançada em 1990 em seu primeiro disco, o LP Nem Tudo Que Nasce É. O sinal gráfico é o personagem principal de uma história de amor. A diagramação das páginas estimula o leitor a adentrar no universo da canção, não apenas pelas palavras, mas também através dos desenhos de Tadeu Costa e Clara Costa, ampliando a ludicidade da leitura. Suas páginas descortinam também o universo criativo do compositor mineiro, sua história, suas referências, paixões e parcerias. Além dos primeiros rabiscos de suas letras até o momento em que a composição ganha forma. O leitor vai apreciar também os textos do escritor Luiz Ruffato e da jornalista Roberta Gray. A publicação vem acompanhada de fotos de diversos momentos da carreira. A obra é interativa e vem com as partituras impressas do novo arranjo da canção Til. O toque final inclui um bate-papo do jornalista e crítico musical Fabian Chacur com Luizinho Lopes.

Vaca Profana

Vaca Profana – microcontos (Ed. Cajuína, 2023), contém pequenos textos de Silas Corrêa Leite. Obra anunciada como microcontos, as páginas reúnem uma conjunção de forma e conteúdo em perfeita harmonia na soma dos sentidos e significados. Refinados, bem-humorados, na mesma medida de fluidos e bem escritos, com o domínio da escrita, o autor desenrola fluxos de consciência de seu próprio “quase prefácio: outras palavras”, com importantes alertas ao leitor, entre eles: “A palavra não pode ser escrava de si mesma.” Na orelha, Rodrigo da Costa Araújo, mestre em Ciências da Arte (UFF), ressalta a agudeza das reflexões, pautadas em microcontos: “Reaparecem, nesse contexto, novas subjetividades que resistem à exclusão, desafiando o já estabelecido da literatura canônica e nacional.” Educador, jornalista comunitário, conselheiro em Direitos Humanos, contista e blogueiro premiado, Silas Corrêa Leite começou a escrever aos 16 anos no jornal O Guarani de Itararé-SP. Formado em Direito e Geografia, é especialista em Educação (Mackenzie), com extensão universitária em Literatura na Comunicação (ECA). Autor, entre outros, de Porta-Lapsos, Editora All-Print (SP) e Campo de Trigo com Corvos, Editora Design (SC), obra finalista do prêmio Telecom, Portugal 2007, A Coisa: Muito além do coração selvagem da vida (Cajuína, 2021) e Favela Stories (Cajuína 2022).

A Rosa de Pérola

A Rosa de Pérola – Sonetos Preciosos (Fortaleza, 2023), de Luciano Dídimo, reúne uma variedade de sonetos, em suas infindáveis possibilidades de ritmos e temas. Distribuídos em 12 capítulos com nomes de Jardins (Jardim da Esperança, do Poeta, de Maria, do Amor, da Vida, do Sítio, da Semana, da Dor, da Justiça, da Minha Terra, do Soneto e da Saudade), ilustrados com obras de arte, os sonetos exalam o perfume entretecido ente a lucidez e o delírio, na acareação entre o sonho e a tangibilidade, carregando cada verso com a delicadeza com a qual um jardineiro cuida de suas flores. Lírico por excelência, Luciano Dídimo sabe acompanhar o tempo, ligando com o fio mágico da sua poesia o passado, o presente e o futuro. Nascido em Fortaleza, no Ceará, em 22 de fevereiro de 1971, o poeta e escritor Luciano Dídimo é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual do Ceará; em Direito pela UNIFOR – Universidade de Fortaleza e Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela UNIDERP. Membro fundador e vice-presidente da Academia Brasileira de Sonetistas (ABRASSO), pertence, entre outras, à Academia de Letras dos Municípios Cearenses (ALMECE) e Associação Nacional de Escritores (ANE).