Novembro - 2024- Edição 303

Albert Camus: Humanismo e Política

Resultado de 20 anos de pesquisa e leituras sobre a obra do escritor e filósofo franco-argelino, o acadêmico pernambucano Lucilo Varejão Neto lançou Albert Camus: Humanismo e Política (Ed. Presença). Tendo como objetivo analisar as formas de apresentação do humanismo camusiano e sua ligação ou não com o engajamento político, o estudo nos mostra a evolução de uma lógica humanista que amadureceu durante um longo trajeto. O livro se debruça sobre a obra do autor de livros como O Estrangeiro, A Peste, Calígula, um dos mais lidos do mundo, Prêmio Nobel de Literatura em 1957. “Camus desenvolveu o que chamamos de Filosofia do Absurdo, que é o desencontro que existe entre o apelo humano, os questionamentos humanos de um lado; e do outro, o silêncio do mundo. Esse confronto fez nascer essa noção do absurdo, que são as coisas que não têm resposta”, detalha Lucilo. O prefácio é assinado pelo acadêmico Lourival Holanda, que ressalta a atualidade do Camus lido por Lucilo. Na orelha, o acadêmico Arnaldo Niskier recomenda a leitura e enaltece o amplo espírito social da obra. O escritor, tradutor e professor da UFPE Lucilo Varejão Neto pertence, entre outras instituições, à Academia Pernambucana de Letras e à Academia de Artes, Ciências e Letras do Nordeste.

Da Lida do Tanto da Vida

Com a obra Da Lida do Tanto da Vida (7 Letras), o poeta Christovam de Chevalier celebra 25 anos de carreira literária, reiterando a sua paixão pela escrita e perseverança. O aniversário de carreira é do autor, mas o presente quem ganha são os leitores, brindados com uma escrita delicada, que expõe sentimentos universais, resultando numa obra firme, onde as palavras surgem como potência para demonstrar sua incrível força poética. Humana e lírica, que nos toca com a intimidade própria dos poetas, a voz que nos fala vem de dentro de cada palavra selecionada, sem máscaras, sem temor. Harmônica, dando ao leitor a compreensão do que há de evocativo nas lembranças, a obra é dividida em três partes, com textos agrupados por temas afins, relacionados ao labor da escrita (Da lida), aos (des) encontros em tempos de relações líquidas (Do tanto) e, por fim, poemas inspirados por fatos ou efemérides da atualidade (Da vida). Christovam de Chevalier é jornalista e poeta. Trabalhou no Jornal do Brasil e em O Globo e edita, hoje, o site de notícias New Mag. É autor de Um Livro sem Título (1998); No Escuro da Noite em Claro (2016); Marulhos, Outros Barulhos e Alguns Silêncios (2019) e Inventário de Esperanças e Outros Poemas (2021).

Madona dos Páramos

Madona dos Páramos (Ed. Record), de Ricardo Guilherme Dicke, retornou às livrarias com essa nova edição, quarenta anos depois do lançamento do seu mais poderoso romance e dezesseis anos após a sua morte. Dicke ganhou diversos prêmios literários, entre eles o Prêmio Ficção de Brasília e o Prêmio Remington de Prosa e Poesia, e recebeu menção honrosa do Prêmio Walmap, tendo como jurados Antonio Olinto, Guimarães Rosa e Jorge Amado. O romance retrata o sertão mato-grossense, região do país pouco vista na literatura brasileira. O prefácio é do pesquisador Rodrigo Simon de Moraes, estudioso da obra de Dicke, que descobriu inéditos do autor durante pesquisa para tese de doutorado. Ricardo Guilherme Dicke nasceu em 16 de outubro de 1936, em Raizama, no município da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso. No começo da década de 1960, escreveu seu primeiro romance, Caminhos de Sol e Lua. Em 1968, publicou o premiado Deus de Caim. Em 1977, ganhou o Prêmio Remington de Prosa e Poesia com o romance Caieira. publicado no ano seguinte pela editora Francisco Alves. Em 1981, ganhou o Prêmio Ficção de Brasília com Madona dos Páramos. Morreu em 9 de julho de 2008, em Cuiabá.

Diários do Rock In Rio

Diários do Rock In Rio – Os bastidores e entrevistas da terceira edição do maior festival de música do mundo pelo olhar de um jornalista capixaba (Editora Cândida), de José Roberto Santos Neves, apresenta os registros históricos de tudo o que aconteceu no megaevento, em 2001. A terceira edição do Rock In Rio marcou o retorno do festival à Cidade do Rock, dez anos depois da versão que utilizou como palco o Estádio Jornalista Mário Filho – Maracanã. A partir daquela edição, parte da renda do festival passou a ser destinada a projetos sociais. Designado pelo jornal A Gazeta (ES) para a cobertura, José Roberto Santos Neves acompanhou os sete dias do megaevento, as mais de 160 atrações musicais e as diversas coletivas de imprensa organizadas pela produção. Em 120 páginas, com textos inéditos, além das matérias e imagens de época, Santos Neves propõe ao leitor uma viagem no tempo. Nascido em Vitória (ES), em 1971, José Roberto Santos Neves é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com pós-graduação em Gestão em Assessoria de Comunicação pela Faesa. Membro da Academia Espírito-santense de Letras, é autor, entre outros, dos livros Maysa (2004), a primeira biografia da cantora Maysa e A MPB de Conversa em Conversa (2007).

Sarapitanga – Uma História Secreta

No romance Sarapitanga – Uma hstória secreta (Ed. Batel), Edir Meirelles apresenta, ao longo de 168 páginas, a história narrada pelo protagonista Masiero, em torno do país Sarapitanga, situado numa ilha do Pacífico, na verdade um arquipélago. No prefácio, o professor Ivan Cavalcanti Proença lembra que a Literatura, não sendo Ciência, não se reduz a um sistema de signos: “A narrativa evidencia uma alegoria, somatório de metáforas (similitudes que, não raro, remetem o leitor ao nosso Brasil), plenas de epicidade, aqui e ali vindo à tona momentos líricos, e “acolá” tragicidade. Tudo como convém a este original e momentoso romance-tese do ficcionista (e poeta) Edir Meirelles, que coloca em adequada tensão a historicidade e a ficção.” Membro da Academia Carioca de Letras e da Academia Luso-Brasileira de Letras, entre outras, o goiano, residente no Rio de Janeiro, nasceu em 19 de maio de 1939 na fazenda Catingueiro, município de Pires do Rio. Após concluir o curso de Contabilidade, iniciou o curso de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG), mas mudou-se para o Rio de Janeiro, onde concluiu a graduação, na UERJ. Também integra o PEN Clube do Brasil, a União Brasileira de Escritores e a International Writers and Artists Association (IWA).

Meu Braço Esquerdo

Com o inédito Meu Braço Esquerdo – Um sim à vida, a poeta, filósofa e psicanalista Viviane Mosé, prestes a completar 60 anos, marca seu retorno à Civilização Brasileira, do Grupo Editorial Record, com um brinde ao bem-viver. O livro de poesia autoficcional é uma investigação filosófica que aborda temas como abandono parental, relação com a mãe, com o pai, solidão, relação com o filho, amor romântico, e traz uma mensagem inspiradora sobre aprender com a vida apesar dos sofrimentos. Através da amálgama da filosofia e da poesia, Viviane Mosé afirma a vida em todas as suas dimensões. O projeto gráfico traz ilustrações na capa e no miolo da artista plástica Nelma Guimarães. Membro da Academia Brasileira de Cultura, a capixaba Viviane Mosé nasceu em Vitória/ ES, em 1964. Especialista em elaboração de políticas públicas pela Universidade Federal do Espírito Santo, é mestre e doutora em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui mais de onze livros publicados e foi duas vezes indicada como finalista do Prêmio Jabuti. Escreveu e apresentou o quadro Ser ou não ser no Fantástico, entre 2005 e 2006. Durante oito anos foi comentarista da Rádio CBN e do programa Encontro com Fátima Bernardes.