Julho - 2024- Edição 301

Em Agosto nos Vemos

Romance póstumo e inédito de Gabriel García Márquez, Em Agosto nos Vemos (Ed. Record) é um hino à vida, ao desejo feminino e à resistência do prazer apesar da passagem do tempo. Um presente do vencedor do Prêmio Nobel de Literatura para o mundo, foi lançado este ano, simultaneamente em 41 idiomas, na data em que o célebre autor colombiano faria 97 anos. A edição em capa dura, com 132 páginas, com tradução de Erick Nepomuceno, traz fac-símiles do manuscrito original, escrito no estilo fascinante e inconfundível de um dos maiores ícones da literatura latino-americana. Considerado o mestre do realismo mágico, García Márquez é um dos autores mais importantes do século XX e tem quase 3 milhões de livros vendidos só no Brasil. Nascido em 6 de março de 1927, na aldeia de Aracataca, na Colômbia, autor de alguns dos maiores romances do século XX, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982. Entre suas principais obras estão Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera, Crônica de uma Morte Anunciada, Doze Contos Peregrinos, Ninguém Escreve ao Coronel e Memória de minhas Putas Tristes. O escritor morreu em 17 de abril de 2014 na Cidade do México.

Só com a gente

A obra Só com a Gente (Ed. Bebel Books), de Helô D’Angelo, é um bem-humorado e sincero diário de bordo em quadrinhos, onde a autora registra, também, memórias de infância e capta a essência do que significa amadurecer junto com irmãos. A divertida aventura das irmãs mochileiras pelo Deserto do Atacama, no Chile, foi toda desenhada em tempo real, em aquarela, ao longo dos passeios. A obra foi a única em quadrinhos a vencer o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres – 2023, entre 61 inéditas contempladas. Este ano, com ajuda do prêmio, a edição ganhou as livrarias, com prefácio do jornalista Zeca Camargo. Helô D’Angelo é ilustradora e quadrinista, com trabalho focado em tiras e charges políticas sobre direitos humanos, cotidiano e saúde mental. É autora dos livros em quadrinhos Dora e a Gata (2019), Isolamento (2020), Nos Olhos de Quem Vê (2022) e Pequeno Manual de Defesa Pessoal (Bebel Books, 2022), que este ano será publicado também na Bolívia e no Myanmar. Coeditou a coletânea Boy Dodói (Bebel Books, 2023) e está presente em outras coletâneas. Seus quadrinhos e ilustrações são publicados em veículos como Le Monde Diplomatique, Huffington Post, Agência Pública, Az Mina, entre outros.

Todas as minhas mortes

O romance autoficcional Todas as minhas Mortes (Grupo Editorial Citadel) marca a estreia da multitalentosa fotógrafa e artista plástica Paula Klien na literatura. O romance autoficcional rompe com as formas tradicionais de comunicação e pensamento. A narrativa aciona gatilhos mentais para prender a atenção dos leitores. A autora aborda assuntos complexos da trajetória ontogenética com franqueza explícita. Num carrossel de esperanças, desencantos, questões morais do feminino e momentos tenebrosos, as mortes que marcam a vida da protagonista conversam com as nossas sombras e revelam a força da maternidade. Centrada na personagem Laví – cujo nome é uma alusão à expressão francesa La vie (ou A vida, em português), da infância à pós-menopausa, mostra descobertas pessoais e experiências tratadas sem rodeios. Nascida em 1968, no Rio de Janeiro, Paula Klien é artista multidisciplinar com significativa projeção internacional no campo das artes visuais. Como artista plástica, trabalha principalmente com técnicas ancestrais. Também atuou como fotógrafa e diretora criativa durante dez anos. Muitas de suas obras estão em acervo de museus e coleções relevantes. Além disso, Paula foi uma das artistas pioneiras no campo da Cripto Arte e dos NFTs (tokens não fungíveis). A autora já tem ideias e títulos registrados para um segundo livro.

Cantares religiosos e lirismos

Podemos classificar Cantares Religiosos e Lirismos (Fortaleza, 2024) como uma biografia afetiva do autor, Comendador José Luís Lira. Os temas, divididos em 266 partes, se apresentam, em sua maioria, em forma de poemas. Recheada com belo material ilustrativo, além de acrescida por documentos, a obra exalta a fé religiosa, além de homenagear a terra natal (Ceará), os (muitos) locais visitados, a família e os amigos somados ao longo da trajetória, entre eles, os acadêmicos Rachel de Queiroz, sua madrinha, e Antônio Olinto. Doutor em Direito pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina), título reconhecido no Brasil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), possui graduação em Direito pela Universidade de Fortaleza (2001), especialização em Direito Constitucional pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2008), mestrado em Direito Processual Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina). Advogado (OAB/CE. 15021). Jornalista profissional (Registro DRT-CE. n° CE-01459-JP). Atualmente é professor efetivo do curso de Direito da Universidade Estadual Vale do Acaraú, integra várias entidades culturais, entre elas, Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará; Academia Fortalezense de Letras; Sociedade Cearense de Geografia e História; Academia de Letras e Artes do Ceará e Academia Cearense de Hagiologia.

A vida não tem sentido

A Vida Não Tem Sentido (Ed. iVentura, 2023) ratifica o multitalento artístico da professora Marlene Blois. Generosa na fluidez da sua escrita, a obra permite ao leitor participar da vivência dos personagens, revivendo um passado contextualizado histórica e geograficamente. O romance se passa em municípios do estado do Rio de Janeiro, com peculiaridades nas quais os personagens transitam. O narrador apresenta e explica o seu papel na história. Ao leitor, cabe interferir na interpretação, de acordo com a sua própria sensibilidade, concluindo se a vida tem ou não sentido. A narrativa delicada expõe sentimentos universais, resultando numa obra firme, onde as palavras surgem como potência para demonstrar a incrível força de superação dos obstáculos que vão surgindo. Marlene Blois é graduada em Português-Literatura, mestra em Tecnologia Educacional, livre docente em Comunicação SocialTelevisão e Rádio, radialista e professora do estado do Rio de Janeiro e da UFRJ. Sua atuação na área de Comunicação e Educação a Distância extrapola as fronteiras do Brasil. É autora do livro Reencontros com Paulo Freire e seus Amigos e coautora de livros técnicos e didáticos para alunos e professores do ensino fundamental. Na TVE-Rio e na Rádio MEX, coordenou, produziu e apresentou inúmeros cursos educativos.

A virada de chave

Na obra A Virada de Chave (Ed. Academia, 2024), Monique Curi aborda temas como amor-próprio, envelhecimento, empoderamento feminino, empreendedorismo, relacionamentos e a busca por um propósito. Além disso, comenta, de maneira muito franca, sobre momentos “fundo do poço”, como ela mesmo chama, quando viveu transtornos alimentares e um relacionamento abusivo. Monique relembra alguns papéis negados em novelas, entre outros problemas. Além de abordar situações sobre como descobrir seu propósito. Monique Curi é atriz, jornalista, palestrante e empresária. Nasceu em Belo Horizonte, em 1968, e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda nova, onde deu início a sua carreira de atriz, na publicidade. Aos 10 anos, ingressou de fato na televisão, fazendo novelas e peças de teatro, por décadas. Após ter sido negada para um papel aos 50 anos, decidiu que se reinventaria. Entendeu a força que tinha para ressignificar a sua trajetória, decidiu parar de esperar convites para trabalhar e criou seu canal no YouTube, onde posta vídeos que abordam temas como autoestima, etarismo, empoderamento feminino, empreendedorismo e liberdade financeira, sempre aludindo à própria história de vida. Através de suas redes sociais e de suas palestras por todo o Brasil, inspira milhares de mulheres diariamente. A Virada de Chave é seu primeiro livro.