Jornal de Letras

Fundamentos da História e Filosofia da Educação

O acadêmico Arnaldo Niskier revisitou alguns fundamentos da história e filosofia da Educação e, com a colaboração da professora e jornalista Manoela Ferrari, registrou algumas lições para as novas gerações de educadores. O resultado foi a publicação de Fundamentos da História e Filosofia da Educação. Com o selo da Editora Vozes, a robusta publicação com 309 páginas não tem a pretensão de ditar diretrizes, nem apontar métodos a seguir. A obra expõe, de forma didática, com linguagem clara e fartura de dados, os desafios históricos do país, revisitando os modelos e as práticas que já deram certo. A intenção é fornecer dados para projetar, com maior lucidez, um futuro com as necessárias transformações estruturais das experiências educacionais. Ainda não há respostas conclusivas de como deverá ser a melhor prática ou metodologia adotada no modelo híbrido de ensino que veio para ficar. Mas é fato que a travessia do período de crise derivada da pandemia levou os especialistas a concluir que não se pode voltar a lecionar apenas no modelo tradicional. É urgente reverter o quadro que ceifou o direito ao desenvolvimento pleno de uma geração inteira, anulada pela dificuldade de planejamento público e pela falta de priorização da educação.

Bento XVI – Simplesmente um peregrino

No livro Bento XVI – Simplesmente um peregrino (Angelus Editora), primeiro volume de uma trilogia, Silvonei Jose Protz traz reflexões de Papa Bento XVI, ́ que ajudam a aprofundar a compreensão da fe e do ́ sentido de ser Igreja, guiado pela sabedoria de um papa que marcou a Igreja Católica, de 2005 a 2013, falecido há pouco mais de um ano. Com prefácio do cardeal Odilo Pedro Scherer e comentários de nomes, como o cardeal Orani João Tempesta, arcebispo do Rio, a ideia da obra e colocar luz em focos ́ de pensamentos de Bento XVI, para ampliar o diálogo com os que se interessam pelo tema. Simplesmente um peregrino foi tirado de um discurso que o papa fez ainda dia 28 de fevereiro de 2013, antes de concluir o pontificado. Natural de Guarapuava, Paraná, Silvonei José Protz é conhecido como a Voz brasileira do Papa, por conduzir as transmissões das celebrações pontifícias em língua portuguesa. Doutor em Comunicação pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, formado em Jornalismo, Economia e Sociologia, além de ser o diretor-responsável do programa brasileiro da “Rádio Vaticano – Vatican News”, onde trabalha há 34 anos, é professor no Centro Cultural da Embaixada do Brasil junto ao governo italiano.

Rio de Janeiro: Pluralidade e diversidade

A coletânea Rio de Janeiro – Pluralidade e diversidade (Ed. CVR, 2024) reúne artigos de dez autores: Sergio Costa e Silva, Sylvia Faillace, Hanna Cantora, Douglas Andrade, Patrick Sabatier, Marcelo Daher, Alana Morgana, Jacqueline Chicralla (in memorium), Vanuza Postigo e Regina Andrade. Apresentados pelo prefácio da jornalista e escritora Manoela Ferrari, a obra foi organizada pelos embaixadores do Turismo do Rio Bayard Do Couto Boiteux e Matheus Oliveira. Os textos fazem emergir a diversidade étnica, cultural, biológica, turística e geográfica do Rio de Janeiro, amplificada por abordagens que, embora distintas, dialogam entre si. A unidade temática transforma a pluralidade em harmonia. A narrativa oferece, com evidente sensibilidade, não só um olhar social, político, religioso ou psicológico, mas passeia, também, por especificidades, como a democratização da cirurgia plástica ou o posicionamento da pluralidade através de projetos culturais, como o “Música no Museu”, que, com sua diversidade, oferece inéditas oportunidades de inclusão social, ou histórias de vida plurais, como a do artista plástico e cineasta San Martini. A coletânea nos convida a pensar, igualmente, na assertividade da escolha do tema. É preciso buscar a conscientização necessária a respeito de questionamentos que exigem incluir, de maneira ampla e diversa, a nossa máxima atenção.

Caminho de Pedras

Romance mais engajado de Rachel de Queiroz, Caminho de Pedras, adotado pelo vestibular da Fuvest para 2026 e 2027, retornou às livrarias com o selo da Editora José Olympio, do Grupo Editorial Record. Expressão de um socialismo libertário que poucas vezes voltaria a aparecer nos textos de Rachel de Queiroz, primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras e a primeira a receber o Prêmio Camões, neste livro, aparecem as primeiras demonstrações de um estilo mais introspectivo e de análises psicológicas que alicerçam cenas de forte intensidade emocional. Um arranjo arguto para contar a história de uma paixão proibida inflamada pela luta. Em Caminho de Pedras, Rachel de Queiroz nos revela a força de uma mulher que decide seguir seus desejos, mesmo que isso implicasse um divórcio. Numa sociedade em que a mulher deveria desempenhar exclusivamente os papéis de mãe, esposa e dona de casa, Noemi é tanto infratora quanto heroína da própria história. Rachel de Queiroz nasceu no dia 17 de novembro de 1910, em Fortaleza, Ceará. Ainda não havia completado 20 anos quando publicou uma modesta tiragem de O quinze, seu primeiro romance. Mas tal era a força de seu talento que o livro despertou imediata atenção da crítica de todo o Brasil.

SUS, uma Biografia – Lutas e conquistas da sociedade brasileira

O Sistema Único de Saúde (SUS), referência no mundo, tem sua história contada no livro SUS, uma Biografia – Lutas e conquistas da sociedade brasileira (Editora Record), escrito pelo médico Luiz Antonio Santini, um dos responsáveis pela iniciativa, e pelo historiador Clóvis Bulcão. Dividido em dez capítulos, a obra é apresentada por Walter Zoss, consultor técnico da Fiocruz, e tem a orelha assinada por Armínio Fraga. A narrativa vai além das lutas e dos pleitos para a implementação do SUS, possibilitada pela conjunção favorável de fatores relacionados à política, educação, ciência e história. O texto passa pela história da medicina do Brasil, desde os primórdios do descobrimento, exercida, durante séculos, por pajés e curandeiros. Novos paradigmas vieram com a Família Real em 1808 e, no século seguinte, com os sanitaristas Oswaldo Cruz (1872-1917) e Adolfo Lutz (1855-1940). A biografia, com 350 páginas, leva-nos também à história do ensino da Medicina no país, trazendo à tona os subterrâneos da Saúde Pública. O início do SUS em São Paulo, estado que já investia na pesquisa e em tecnologia para a Saúde, e o SUS como peça-chave no combate à recente pandemia da Covid-19 são abordados de forma minuciosa.

Enfezado Nunca Mais

Para entender os problemas causados pelo intestino, cientistas do mundo inteiro seguem publicando estudos em busca de solução. Em Enfezado Nunca Mais – Como ter um intestino livre na prática (Ed. Rocco), a psicóloga e nutricionista Thaís Araújo reúne, ao longo de 128 páginas, um conhecimento científico denso, somado à sua experiência clínica com mais de dez mil pacientes curados. O resultado é uma obra acessível, com um texto didático, de fácil entendimento, demonstrando que todos podem ter um intestino que funciona por meio do consumo de alimentos práticos diários. Uma leitura indispensável para quem quer ter saúde intestinal com base em evidências científicas e com a orientação de uma das maiores autoridades em intestino do Brasil. Thaís Araújo é nutricionista e psicóloga, com mais de vinte anos de experiência clínica. Criadora do “Método Intestino Livre”, já atendeu cerca de dez mil pacientes no mundo. Profissional reconhecida pelo seu pioneirismo em tratar uma série de comorbidades a partir do intestino, Thaís é pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pela Unicsul/VP e tem como marca sua credibilidade e capacidade de traduzir conceitos complexos em uma linguagem acessível. Seu projeto Caravana do Cocô pretende difundir conhecimentos sobre saúde intestinal no Brasil e em Portugal.