Dezembro - 2023- Edição 298
Unidos Somos Um
O que têm em comum uma lasanha, uma orquestra sinfônica, um estojo de lápis de cor, uma colmeia, um exército, uma peruca, um time de futebol e a água do mar? Para a jornalista e escritora Manoela Ferrari, muita coisa. Todos são exemplos de “unidade” e são abordados pela autora em seu novo livro. Unidos Somos Um (Editora Jordem) é o quarto livro da escritora para o público infantil e o 12º título de sua carreira literária, iniciada em 2011. A obra pretende despertar nas crianças a importância da coletividade. A edição, com editoração e arte de Iron Ribeiro, chega às livrarias no fim de novembro. No texto, os exemplos de unidade são elencados pelo professor Nido numa aula de matemática sobre conjuntos. O interesse pela matéria será aguçado de forma diferente. O fio que conduziu a jornalista Manoela Ferrari à Literatura evidencia o legado potente de sua trajetória no território da linguagem. Repórter do Jornal de Letras há 20 anos, essa capixaba que trocou o Espírito Santo para estudar Comunicação Social na PUC-Rio carrega a certeza de que a força da palavra não será plena se não estiver envolvida por um amplo espírito coletivo. Sua escrita está profundamente ligada ao interesse pelo ser humano.
Mártires Esquecidos
Em Mártires Esquecidos – As lutas pela liberdade no Nordeste brasileiro (2022), Ney Suassuna se propõe a “disparar uma fagulha na curiosidade de nossos estudantes”, levando-os a conhecer um pouco mais sobre a Confederação do Equador, a Revolução Pernambucana, a Revolta do Maranhão, a Guerra dos Mascates, a Conjuração Baiana, a Cabanagem, a Sabinada, a Revolução Farroupilha e tantos outros movimentos que espalharam o sonho de liberdade e o patriotismo no território brasileiro. O texto concentra as atenções na “conspiração Suassuna” e seus desdobramentos – a Insurreição Pernambucana e a Confederação do Equador –, misturando os ideais de brancos, negros e índios, miscigenados nas terras do açúcar e do pau-brasil, irmanados em defesa da terra. Nascido em Campina Grande (PA), em 1941, primo do saudoso acadêmico Ariano Suassuna, Ney Suassuna escreveu seu primeiro livro em 1979. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), presidente da Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca, presidente do centenário AngloAmericano Escolas Integradas, bacharel em Administração e Economia pela UFRJ e em Pedagogia pela Faculdade Castelo Branco, também no Rio de Janeiro, cursou a Escola Superior de Guerra, em 1982. Atualmente, é senador suplente até 2028. Dentre seus livros publicados, destacam-se A Saga Suassuna, a trilogia A República da Gaveta e diversas coletâneas de poesias.
Eu Conto com São José
A coletânea de contos Eu Conto com São José (IHD, 2023), organizada por Luciano Dídimo, é uma obra fruto da iniciativa da Academia Brasileira de Hagiologia, em parceria com o Instituto Horácio Dídimo. Enriquecida com belas ilustrações de artistas variados, a obra traz como apêndice uma importante Nota Hagiográfica, elaborada por José Lira, cofundador da ABRAHAG, com uma síntese bíblico-teológica da vida discreta, silenciosa e operante do homenageado. São José faz parte da toponímia, da cultura, do folclore, da literatura e da fé popular. Sob o epíteto de “São José Literário”, tem seu nome ligado ao Dia Internacional do Trabalho – 1º de maio. Cada conto ou crônica é um tributo às mais variadas figuras de São José. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual do Ceará, em Direito pela UNIFOR – Universidade de Fortaleza e Pós-graduado em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela UNIDERP, Luciano Dídimo nasceu em Fortaleza, no dia 22 de fevereiro de 1971. Escritor e poeta com vários livros publicados, é membro, entre outras instituições, da Academia de Ciências, Letras, Artes e Ofícios de Pindoretama (ACLAP); da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia (AVIPAF) e da Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará (ALMECE).
A Lenta Modernização
A Lenta Modernização: Seleção de artigos 1988-2013 (Fishcher, 2014), como sugere o subtítulo, reúne artigos sobre o Brasil, escritos por Abram Szajman, versando não só sobre economia e política, como também seus reflexos sociais. Problemas, riquezas, defeitos e virtudes do país são discutidos ao longo de 399 páginas. Os artigos foram separados em grandes temas – 12 ao todo. Na página de abertura de cada, há um texto de apresentação que procura dar ao leitor as informações indispensáveis sobre o assunto a ser tratado nos artigos que seguirão. Além dos publicados na imprensa entre 1988 e 2013 – foram recuperados alguns textos publicados entre 1988 e 2005 na revista Problemas Brasileiros, editada pelos conselhos regionais do Sesc e do Senac, discutindo as grandes questões nacionais. Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio SP) e dos conselhos regionais do Serviço social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), o empresário Abram Szajman, nascido em 20 de julho de 1939, filho de imigrantes poloneses, nasceu e cresceu no bairro paulistano do Bom Retiro. Foi fundador do Grupo VR. Há quase três décadas, é a face e a voz de 600 mil empresas ou de 4% do PIB nacional. Além da atividade associativa e empresarial, apoia várias instituições.
O Encontro Marcado
A Editora Record lançou edição comemorativa em capa dura, com pintura trilateral, de O Encontro Marcado, em comemoração aos cem anos do nascimento do saudoso Fernando Sabino. Nesta 105ª edição, o livro, com 336 páginas, traz apresentação assinada pelo premiado escritor Michael Laub, e a reprodução, na íntegra, de uma carta de Clarice Lispector, escrita ao autor meses após o lançamento do livro, além de duas fotos: uma de Sabino elegantemente vestido em sua juventude e outra ao lado dos amigos Hélio Pellegrino, Paulo Mendes Campos e Otto Lara Rezende. Os “quatro mineiros do Apocalipse”, cuja amizade marcou a literatura brasileira, inspiraram alguns dos personagens e episódios do livro. Publicado originalmente em 1956, O Encontro Marcado é uma das obras mais importantes da carreira de Fernando Sabino, autor vencedor do Jabuti e do Prêmio Machado de Assis. O romance, com traços autobiográficos, narrado quase todo em diálogos, traça a procura desesperada do “eu” e da verdadeira razão da vida pelo olhar do jovem escritor Eduardo Marciano, que amadurece num mundo desorientado, vivendo dramas interiores e expondo os equívocos fundamentais que vinham frustrando sua existência e sufocando sua vocação. No posfácio, Adauto Leva destaca as palavras de, entre outros, Mário de Andrade, Affonso Romano de Sant’Anna e Alceu Amoroso Lima
Dibuk
O universo das histórias orais contadas por pessoas da família serviram de inspiração para Gilberto Schawartsmann tecer as crônicas incluídas na obra Dibuk (Ed. Sulina, 2023). Há uma história contada por seu pai e outras que vêm das pessoas que viviam no bairro onde nasceu, e que fazem parte do imaginário do autor. As conversas sobre o “dibuk” (espírito maligno) aparecem nas comunidades judaicas no centro da Europa entre os séculos XVI e XVII. É difícil precisar o quanto de verdade há nas histórias narradas neste livro, pois os fatos e as fantasias se misturam e se confundem no texto. Há revelações e descrições das dores vividas por qualquer ser humano, entremeadas por momentos de realismo mágico. Presidente da Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Fospa), membro da Academia Nacional de Medicina e professor Titular da Faculdade de Medicina da UFRGS, entre outros títulos, Gilberto Schwartsmann é escritor, com obras traduzidas para o espanhol e para o francês. Entre os livros publicados, estão Gabinete de Curiosidades e Divina Rima: Um diálogo com a Divina Comédia, de Dante Alighieri, além de A Amante de Proust; Frederico e Outras Histórias de Afeto; Max e os Demônios; O Sol Brilhou na Corrúpnia; Acta Diurna e Meus Olhos.