
Dezembro - 2022 - Edição 286
Nos 25 Anos da CPLP
O livro Nos 25 Anos da CPLP – Estudos em homenagem
a José Aparecido de Oliveira e Ricardo Arnaldo Malheiros
Fiuza (Ed. Del Rey, 2022), organizado por Lauro Moreira
e Rogério Faria Tavares, celebra o primeiro quarto de século
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Idealizada
para historiar a trajetória da instituição, na intenção de gerar
fonte segura de pesquisa e consulta, a obra, dividida em duas
partes, reúne artigos de um corpo expressivo de intelectuais,
todos comprometidos com a causa do idioma de Camões,
Machado e Craveirinha, tais como Angelo Oswaldo de Araújo
Santos, Caio Boschi, Domingos Pereira, Franscisco Riberio
Telles, Gilvan Muller de Oliveira, Gonçalo Mello Mourão, José
Anchieta da Silva, Luís Kandjimbo, Manuel Clarote Lapão,
Maria Ângela Carrascalão, Maria do Carmo Trovoada Silveira, Mário Máximo, Murade
Murargy e Vera Duarte Pina. Concebida pela Academia Mineira de Letras, a publicação nasceu para inspirar dirigentes e funcionários da CPLP e das instituições que
com ela dialogam, para auxiliar professores e estudantes de Direito Internacional e de
Relações Internacionais, de História e Geografia, bem como todos os que se interessam pela Língua Portuguesa como patrimônio da humanidade.
Diplomata de carreira, Lauro Barbosa Moreira foi o primeiro embaixador do Brasil
junto à CPLP. Rogério Faria Tavares é o atual presidente da Academia Mineira de
Letras.
Ambiguidades
Ambiguidades (Ed. Penalux, 2022), de Adriana Vieira Lomar,
reúne contos que gravitam em torno de universos que a
escritora vem trabalhando com sucesso há algum tempo.
Um dos eixos temáticos é a relação amorosa entre casais.
Em Odor, uma mulher relata à filha os pecados e as traições
do pai. Em Morta-viva, a protagonista cobra do marido suas
traições e mentiras. O tempo amarra alguns contos como um
véu de angústias e ressentimentos, envolvendo, inclusive, a
narradora. O clima de sonho (muitas vezes, de pesadelo) é
outro tema recorrente que pode ser encontrado em Sonho de
uma assassina e Tromba d’água, que acompanha os percalços e os desafios de um montanhista.
No prefácio, o escritor, artista gráfico e professor de escrita criativa Elias Fajardo afirma: “Na maioria dos textos, a autora constrói narrativas de impacto, que arremetem
sobre a ação ou simplesmente a esvaziam e se esvaem lentamente, como uma folha
que se desprende do galho. A presença da poesia não exclui a dramaticidade, pelo
contrário, pode realçá-la.”
Adriana Vieira Lomar (1968) é carioca, pós-graduada em Arte, Pensamento e Literatura
Contemporânea e em Roteiro para TV, cinema e Novas Mídias pela PUC-Rio. Autora
do livro de poemas Carpintaria de Sonhos e do romance Aldeia dos Mortos, publicado
pela Editora Patuá em 2020.
História da Música Popular Brasileira sem Preconceitos – Volume 2
Em História da Música Popular Brasileira sem Preconceitos
– Vol. 2 (Ed. Record, 2022), Rodrigo Faour proporciona ao
leitor acesso não apenas aos estilos que a maioria dos estudiosos costumam valorizar – como a chamada “MPB”, o
samba e o rock nacional – mas também aos diversos gêneros
(e subgêneros).
Nesse volume, há mini capítulos sobre o cancioneiro do
Pará, Maranhão, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Sul,
além de fenômenos como o punk rock e a vanguarda paulista, e outros, como o pop mais despretensioso, o soul, a disco
e a dance music, o forró eletrônico, o funk carioca e o hip-hop.
Sem preconceitos estéticos, a obra mostra todo tipo de artista e estilo musical, destacando suas canções ou atos mais relevantes.
Segundo depoimento de Martinho da Vila, a obra de Faour deve ser lida e relida:
“Recomendo que o vol. 1 seja tema de estudos nas escolas e o vol. 2, nas universidades”, elogia.
Pesquisador musical, palestrante, professor, diretor e roteirista de espetáculos, apresentador, produtor e escritor, Rodrigo Faour é graduado em Jornalismo, mestre e doutorando em Letras pela PUC-Rio. Especialista em história da música popular brasileira, possui diversos livros publicados sobre o tema, incluindo História sexual da MPB
e as biografias de Angela Maria, Dolores Duran, Cauby Peixoto e Claudette Soares.

O Príncipe Marinheiro do Brasil
Com um texto cativante, bem
documentado e ilustrado, Dom
Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança faz jus à história
do Brasil, oferecendo aos leitores passagens memoráveis
da vida de seu ilustre avô – Dom Augusto de Saxe-Coburgo
e Bragança – em O Príncipe Marinheiro do Brasil – Dom
Augusto e a herança de Dom Pedro II (Linotipo digital).
O príncipe, seguindo a sua vocação e amor pelo mar, ingressou na Marinha Austríaca e nela deu continuidade à sua
carreira, tomando o cuidado de manter a sua nacionalidade
brasileira. Um brasileiro nobre, em ambas as acepções do
termo, profundamente patriota, vivendo seu destino com as dificuldades que se lhe
impuseram, lutando para cuidar de sua família, se viu obrigado a travar uma luta na
Justiça brasileira contra os tios, D. Isabel e Conde d’Eu, para poder ter acesso aos bens
deixados por seu avô, que cabiam à sua família por direito de herança.
Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança realizou estudos no Colégio Santo
Ignácio e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Foi empresário no
Paraná e ocupou importantes funções de mando na Indústria, em São Paulo e no
exterior. Foi diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo. Tem vários livros
publicados.
Lanternas ao Nirvana
Lanternas ao nirvana (Editora Record), de Felipe Franco
Munhoz, combina poesia e dramaturgia de forma fragmentada. Tem como cenário o mundo pandêmico, entre março
de 2020 e janeiro de 2021, cada texto acompanha uma data
indicando o dia exato do início de escrita. Foram 312 dias
completos de isolamento transformados em narrativas, versos, diálogos, rubricas de cena e diferentes personagens, com
as mudanças de perspectiva do autor durante a pandemia.
“Até que a noite” [parte de Lanternas ao nirvana] não é só um
lindo poema, é uma profecia arrepiante”, afirmou o crítico
José Castello sobre a obra.
Felipe Franco Munhoz nasceu em São Paulo, em 1990. É
autor dos livros Mentiras (2016), Identidades (2018), e recebeu elogios do escritor Raimundo Carrero – “Grande, belo e corajoso livro. Lições de
diálogo” – do poeta e tradutor Paulo Henriques Britto – “Belo trabalho de metaficção”,
e do cantor e compositor Caetano Veloso. Um trecho de Lanternas ao Nirvana foi
adaptado para o curta-metragem Parêntesis, dirigido por Natália Lage. Lançado em
2021 no 16º Festival Audiovisual Comunicurtas, em Campina Grande, foi selecionado
para ser exibido no CICA Museum, na Coreia do Sul, além de ter sido premiado em
festivais de países como Itália, Turquia e Nepal.
A Euforia do Corpo
A Euforia do Corpo (Ed. Patuá, 2022), de Anaximandro
Amorim, rompe com quaisquer obviedades, a começar pelo
título. O autor elegeu o filósofo francês Jean-Luc Nancy,
estudioso de Lacan, como interlocutor, citado em várias
epígrafes, inclusive no prólogo: “Nunca há, portanto, um
corpo sem outros corpos.”
Costurados com o zelo poético característico de sua trajetória, Anaximandro burila o poema, explorando sons e formas, jogando com o sentido das palavras, formando, com
elas, o sustento de sua sofisticada narrativa, como aponta,
no prefácio, a doutora em Literatura Renata Bomfim, que
destacou o poema A Pele. O Pelo: “Esse poema ratifica o
movimento ascensional ensejado nos poemas anteriores. A pele e o seu ‘raso’, o pelo,
são peças no jogo da sedução e levam o eu poético ao desfrute de um ‘Acalanto doce’,
que é ‘remanso’ e ‘abrigo’.”
Anaximandro Amorim nasceu em Vila Velha, em, 1978. É advogado, professor e escritor, formado em Direito e em Letras pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Membro da Academia Espírito-santense de Letras, da Academia de Letras de Vila
Velha, do Instituto Histórico e Geográfico do ES, da Associação de Professores de
Francês do ES, além de outras instituições culturais capixaba. A Euforia do Corpo é o
décimo livro de sua carreira.