Maio - 2020 - Edição 267

Mulheres notáveis

Mulheres Notáveis e Pioneiras na Área de Saúde do Brasil do Século XIX (Expressão & Arte Editora, 2021), de Hélio Begliomini, megulha, ao longo de 80 páginas, no ineditismo da história de médicas e profissionais de saúde dos séculos XIX e XX. O autor nos revela, através de apurada pesquisa e texto impecável, a luta dessas pioneiras contra as dificuldades e os preconceitos, mostrando aos leitores a superação das adversidades.
A obra é dividia em três capítulos. No primeiro, a referência às mulheres pioneiras na área de saúde do mundo. No segundo, as primeiras brasileiras que fizeram história. Já o terceiro descreve médicas ilustres graduadas no Brasil.
No prefácio, a professora-doutora Nadir Eunice Valverde Barbato de Prates, ex-presidente da Associação Brasileira de Mulheres Médicas, não economiza elogios: “O Dr. Begliomini destaca-se pela didática e pelos detalhes na sua descrição. Mostra-nos de maneira fácil, simples e agradável, a biografia destas mulheres pioneiras que, por amor à profissão, abriram o caminho para o exercício da mulher na Medicina, na Enfermagem e na Pesquisa.” Hélio Begliomini nasceu em São Paulo, em 21 de março de 1955. Graduado em Medicina, em 1978, na Faculdade de Jundiaí (SP), publicou mais de 200 trabalhos científicos. É membro, entre outras instituições, da Academia de Medicina de SP, da Academia Cristã de Letras e da Academia Paulista de História

A mulher escritora

A Mulher Escritora no Espírito Santo (AEL, 2019), de Ester Abreu Vieira de Oliveira, registra a presença da mulher na vida cultural do Espírito Santo, notadamente por meio da atuação na Academia Feminina Espírito-santense de Letras. A obra aponta os vultos mais significativos das letras capixabas, autoras reconhecidas no seu tempo, levantando registros e sistematizando informações de imensa riqueza cultural.
No prefácio, a ex-presidente da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Renata Bonfim, ressalta a força das vozes femininas a favor da democracia, da Arte, da diversidade, das universidades públicas e gratuitas e, especialmente, do direito adquirido para além dos estereótipos e representações. Ester Abreu Vieira de Oliveira (Muqui, 1933) é professora emérita da Ufes, doutora em Letras Neolatinas (UFRJ), pós-doutora em Filologia Espanhola (UNED, Madri), mestre em Letras (PUC, Paraná) e bacharel em Letras Neolatinas (Ufes). Com intensa produção intelectual, possui vasta obra, onde se destacam livros como O Mito de Don Juan e sua Relação com Eros e Tanathos; Ensaios sobre Dramaturgia – do clássico contemporâneo; Ultrapassando Fronteiras em Metapoemas; O Teatro se Subjuga ao Poder?, entre outros. Membro de várias instituições culturais é a atual presidente da Academia Espírito-santense de Letra

Baile de luz

Em Baile de Luz (Editora Ibis Libris, 2019), Cláudio Aguiar reúne 72 poemas, ao longo de 134 páginas, que conduzem o leitor pelo caminho lírico de sua escrita articuladora de sentidos. O prefácio de Miriam Carvalho, professora da UFRJ, antecipa a potência poética do autor: “Nas imagens tecidas por Cláudio Aguiar, a vida revela-se em ato nos ciclos do eterno retorno. E, induzida por esses ciclos, move-se a memória transferida em sombras. (...) Nessa vigília, emerge tranquila inquietude ante o que se transforma nas diversas esferas da experiência do homem.”
Aguiar acentua com maestria o que há de evocativo nas lembranças. A voz que nos fala vem de dentro de cada palavra selecionada, resultando numa leitura, literalmente, luminosa. Cláudio Aguiar nasceu no Ceará, em 1944. Formado pela Faculdade de Direito do Recife, é doutor pela Universidade de Salamanca (Espanha). Atual presidente do PEN Clube do Brasil, pertence, entre outras entidades culturais e literárias, à Academia Pernambucana de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e à Academia Carioca de Letras. Publicou cerca de 30 obras no gênero romance, teatro e ensaio. Baile de Luz é o terceiro livro de poesias.

A terra em pandemia

Na obra (Ed. Mondrongo, 2020), de Aleilton Fonseca, um longo poema narra a trajetória do coronavírus pelo planeta, expressando a angústia de nosso tempo. Estruturado em cinco cantos (I. O enterro dos mortos; II. Um jogo de cartas; III. A Terra em Pandemia; IV. O desfile das infâmias; V. Canto final), trata-se de um poema híbrido, polissêmico e intertextual, em que se pode verificar o extenso domínio literário do poeta, oferecendo aos leitores enorme riqueza, tanto estética e lírica, quanto imagética. São 620 versos, divididos em 62 estrofes, com uma gradação cronológica exata, resultando numa obra firme, em que as palavras surgem como potência. Ao longo das 110 páginas, com ilustrações de Silvio Jessé, há várias passagens originais em inglês, alemão, francês, espanhol, italiano, chinês, catalão, japonês e até em árabe, grego, latim e sânscrito, tudo traduzido e explicado em 62 notas de rodapé.
Aleilton Fonseca nasceu em Firmino Alves, na Bahia, em 21 de julho de 1969. Doutor em Letras pela Universidade São Paulo (1997), é professor de Literatura na Universidade Estadual de Feira de Santana. Tem várias obras publicadas e premiadas. É membro da Academia de Letras da Bahia, da Academia de Letras de Itabuna e da Academia de Letras de Ilhéus.

Viagens inusitadas

No livro Viagens Inusitadas (Editora CRV, Curitiba, 2020), Bayard do Coutto Boiteux compartilha algumas experiências de viagens que fez, nos últimos anos. O objetivo do autor, nas 20 diferentes narrativas, é apresentar relatos não convencionais que demonstrem a riqueza dos lugares por ele visitados. De Dijon e Beaune, passando pela Beleza dos Alpes Suíços, um Cruzeiro pela Baía de Halong, no Vietnã, Portugal, os Fiordes do Omã, Tallinn – uma mistura de Europa e Rússia, Marrakesh ou Cingapura, Bayard nos leva a uma interessante viagem experimental. Além de dicas preciosas, a publicação fornece, na mesma medida, um panorama da diversidade cultural e natural que o turismo representa. No prefácio, Gustavo Delesderrier acrescenta: “Bayard é um cidadão do mundo desde que acompanhou seus pais no exílio, na Argélia e Portugal. O livro vem recheado de experiências que trazem um gosto na boca de conhecer.”
Bayard do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor, pesquisador e funcionário público. Conhece inúmeros países em todos os continentes. Trabalha voluntariamente no Instituto Preservale e na Associação dos Embaixadores de Turismo do Rio de Janeiro. Tem 37 livros publicados

Revolução 50+

A coletânea Revolução 50+: a diversidade, a inclusão e a ampliação do empreendedorismo com propósito através de histórias é a primeira da série pioneira Revolução 50+. Lançado pela Editora Leader, o projeto tem como missão apresentar experiências de pessoas a partir dos 50 anos, mostrando as numerosas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional obtidas na maturidade. Coordenada por Andréa Roma e Betty Dabkiewicz, a obra apresenta como uma de suas características louváveis a riqueza de personagens com suas histórias reais, que não só servem de exemplos, como são capazes de inspirar o leitor adulto de qualquer idade.
Além das organizadoras, estão entre os coautores: Aline Zanini Lima, Angela Martinez, Angelica Cavalcanti, Christiane D’Elia, Cristine Dias, Elaine Póvoas, Eliane Kreisler, Elena Martinis, Gilda Mesquita, Henriette Krutman, Irene Oliveira Santos, Jacqueline Accioly, José Marcos da Silva, José Maria Gomes Neto, Luciana Schwartz Jarolavsky, Márcia Monteiro, Márcia Thimóteo, Maria Candida Torres, Maria Leonor Delmas, Peter Bodolay, Ricardo Soichet e Theophilo da Costa Neto. A diversidade de narrativas rompe vários paradigmas, formando um perfil heterogêneo, onde a tônica é a possibilidade alcançada através da longevidade. No texto da curadora de viagens exclusivas Luciana Jarolavsky, encontra-se a resposta metafórica para a “virada de chave” na maturidade: “Viajar é abrir a porta para o medo, abrir o mundo para novas vivências, novas pessoas e novos horizontes.” “Sim, podemos voar”, afirma, na sequência, a jornalista Marcia Monteiro.