Julho - 2020 - Edição 257
O Velho Cláudio
A obra O Velho Cláudio: inéditos da maturidade de Cláudio Manuel da Costa (Editora Liberdade, 2019), organizado por Carlos Versiani dos Anjos, apresenta textos parcial ou totalmente inéditos do poeta Cláudio Manuel, escritos na sua última fase poética, que foram transcritos do códice da Biblioteca Nacional de Lisboa, denominado Manual de Obras. Ao longo de 195 páginas, estão reproduzidos, em fac-símile, os manuscritos originais, acompanhados da transcrição e de um estudo crítico comparativo que analisa vários aspectos da obra do árcade mineiro, Patrono da cadeira de número dez da Academia Mineira de Letras (AML). A transcrição dos manuscritos também apresenta notas explicativas, relativas à estrutura dos poemas. A publicação marca os 230 anos da morte e os 290 anos do nascimento de um dos maiores nomes da poesia arcádica, comemorados em julho de 2019. No prefácio, Rogério Faria Tavares, presidente da AML, elogia a obstinação e o perfeccionismo do autor: “Trata-se de um presente a todos os que continuam a admirar a poesia de Cláudio Manuel da Costa, passados duzentos e noventa anos de seu nascimento.” Doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Minas Gerais (2015), Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (1995), Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP – 1989), Carlos Versiani dos Anjos é professor do Departamento de Educação da UFOP
O Coelhinho e a Onça
Na introdução da mais recente produção literária destinada ao público infantojuvenil da atual presidente da Academia Espíritosantense de Letras, lê-se: “Para os netos, os avós e os tios, um momento de fantasia.” E é justamente esse mundo fantástico que a professora Ester Abreu Vieira de Oliveira descortina em O Coelhinho e a Onça, em caprichada edição bilíngue da Editora Cajuína, publicada em 2019. A narrativa em prosa lírica, que demonstra as raízes poéticas da autora, discorre sobre a convivência pacífica entre os animais no entorno da bucólica casa da Vovó (personagem que não aparece, mas é citado em atitudes de generosidade). Implícito no texto bem conduzido, a mensagem indica a força do amor que envolve o local, garantindo a segurança e a tranquilidade dos inocentes (o Coelho), diante de perigos eminentes (a Onça). Uma bela analogia em relação à casa dos avós, onde netos costumam se sentir protegidos e acolhidos. A potencialidade das ilustrações de Lucas Toscano conta a história tão bem quanto as palavras, potencializando a transcendência dos afetos relatados no texto. A editoração eletrônica é de Eros Cícero de Oliveira. Mestre em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, Doutora em Letras Neolatinas pela Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Pós-Doutora em Filologia Espanhola: Teatro Contemporâneo (Universidad Nacional de Educación a Distancia – UNED, Madri), Ester Abreu Vieira de Oliveira é professora Emérita da Universidade Federal do Espírito Santo. Além de atualmente presidir a Academia Espírito-santense de Letras, é membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, da Associação Brasileira de Hispanistas e da Associação de Professores de Espanhol do Estado do ES
Histórias de Encanto e Espanto
Nos 16 contos de Histórias de Encanto e Espanto (Editora Penalux, 2019), Cyro de Mattos nos brinda com relances de um tempo menos acelerado, com ressaltos de memória próprios para que a emoção sobreviva ao tempo. Ao longo de uma prosa leve e colorida, transparece a vida e, nela, as relações sociais mais profundas trazem à tona uma amálgama de investigação da alma humana com o Brasil de antigamente. Dividido em sete núcleos, os contos apresentam um autor no auge da forma poética, contando-nos como quem senta à luz de um lampião, repassando a árvore da vida. Dentro do regional mais genuíno, o sentido universal se manifesta, transbordando do espaço ficcional sugerido pela geografia em que se localiza. O autor conhece de perto os cenários e os tipos que descreve e, em sua firmeza de estilo, destaca os traços subjetivos e fornece o enquadramento social perfeito das personagens. Escritor, poeta, advogado, jornalista, ensaísta e autor de livros infantis, Cyro de Mattos nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, em e 31 de janeiro de 1939. É membro da Academia de Letras da Bahia. Estreou como ficcionista com o livro de contos Os Brabos (com o qual ganhou o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras). Como poeta, publicou, entre outros, Vinte poemas do Rio e Cancioneiro do Cacau. Já publicou cerca de 40 livros. Entre os mais de 50 prêmios literários, estão o Prêmio Nacional Ribeiro Couto; o Prêmio Centenário Emílio Mora, da Academia Mineira de Letras; o Prêmio Jabuti (menção honrosa) para Os Recuados; e o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte para O Menino Camelô. Sua obra é publicada em Portugal, Estados Unidos, Rússia, Dinamarca, Alemanha, Suíça e México.
São Eu, Estas Coisas
Através da obra São Eu, Estas Coisas (Ed. Suprema, 2008), a professora Cláudia de Moraes Sarmento Condé leva os leitores a entrarem na intimidade do saudoso acadêmico Antonio Olinto. Preocupando-se “menos com o fato em si e mais com o modo de relatá-los”, o livro apresenta o resultado de quase cinquenta meses de dedicação e pesquisas sobre o célebre escritor mineiro. Depois da Introdução, a autora nos convida a “Uma viagem”, dividida em 7 “Coisas”: Coisas de Minas, Coisas do Seminário, Coisas do Rio, Coisas lá de fora, Coisas de romance, Coisas que ele disse e Coisas que disseram. Em seguida, os capítulos O imortal (em) Antonio Olinto e Que coisas são Antonio Olinto? antecedem o anexo “Um contador de História”, com textos selecionados da vasta produção do mestre. Trata-se de uma verdadeira e merecida homenagem a Olinto. No Prefácio, o presidente da Academia Ubaense de Letras, Manuel Brandão Teixeira, elogia o trabalho da autora: “Com extrema felicidade e maestria incomum, aborda atos e fatos da vida dessa aplaudido filho de nossa terra, em cujo texto soube enfocar a simplicidade com que Antonio Olinto transformou-se de menino ubaense em cidadão universal.” Cláudia Condé nasceu no Rio de Janeiro e foi criada em Juiz de Fora, Minas Gerais. Mora em Ubá desde 1975. Graduada em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, atualmente é professora da Faculdade Governador Ozanam Coelho – FAGOC.
O futuro da Europa
Em O Futuro da Europa Passa Também pelo Brasil? (Brasília, 2018), José Carlos Gentili reúne a temática proposta pela Academia das Ciências de Lisboa durante o simpósio realizado em 2017, junto com a Academia Portuguesa da História. A obra alcança reflexões das mais variadas ordens, tentando responder a dúvidas da geopolítica mundial. Anexado ao contexto, o Livro Branco – White Paperon the Future of Europe, com suas análises e acompanhamento dos cenários para a União Europeia, em 2025. Os textos convocam os leitores a uma reflexão sobre o fenômeno da globalização, incluindo uma criteriosa ponderação dos dinamismos sociais desencadeados. No prefácio, Fernando Paulo Baptista, da Academia das Ciências de Lisboa, afirma: “O questionamento problematizador formulado no título e projetado em direção ao futuro é de crucial importância para a abertura de ‘novos horizontes’ de inteligibilidade, clarificadores do fenômeno em causa, tendo levado ao autor a tomar a decisão de elaborar um estudo, sustentado numa vasta e diversificada informação especializada.” O porto-alegrense José Carlos Gentili, nascido a 30 de maio de 1940, é presidente de Honra Perpétuo da Academia de Brasília. Advogado, jornalista, empresário, historiador, romancista, conferencista e poeta, possui quase 50 obras publicadas, entre as quais Tempos de Versos (1983); Um Quarto de Hora (1998); Agonia da Solidão (2002); Universo do Verso (2015), A Infernização do Hífen (2015) e Mais Médicos para o Brasil (2018).
Igreja Viva – Esperança na Fé
A obra Igreja Viva: esperança na fé (2020), de Luiz Carlo Pugialli, oferece uma reflexão profunda sobre a grave crise sanitária que assombrou o mundo, baseada nas Palavras e nos Ensinamentos do Papa Francisco. Com 166 páginas, dividido em oito partes, o livro tem prefácio de Dom Rubens Sevilha, bispo de Bauru, que chama a atenção dos leitores para a “verdadeira vertigem” deste tempo: “A profunda sensação de impotência diante dos fatos, ou seja, a percepção realista de que não podemos fazer absolutamente nada diante de uma situação difícil e angustiante”, ressaltando que todos têm duas únicas alternativas: o desespero ou a esperança. Ao optar pela segunda via, o autor traça uma trajetória de reflexões, que vão de Palavras e Ensinamentos do Papa Francisco, passando pela Dimensão da Esperança e da Fé a Igreja Doméstica: Sinal de Amor e Comunidade Amor e Compromisso, chegando aos capítulos Silenciar para Escutar e Comunhão Espiritual, que nos conduzem a proposições para atitudes Antes, Durante e Depois da Pandemia, finalizando com Sugestões e Orações em Família. Na apresentação, D. Joel Portella Amado, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), falou sobre os impactos da pandemia na vida da Igreja, deixando uma mensagem de otimismo sobre a crença mais profunda da humanidade a respeito do significado do amor ao próximo. Natural de Cruzeiro, São Paulo, formado em Administração de Empresas e Filosofia, Luiz Carlos Pugialli é comendador da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Membro da Associação dos Educadores Católicos e da Pastoral dos Católicos na Política, foi idealizador e apresentador do Programa Caminhos do Rio, na TV ALERJ, e âncora do No Coração do Rio, da Rádio Catedral FM 106.7. Atualmente, preside o Centro Internacional de Peregrinações (CINper Brasil). É autor, entre outros, da obra O Fascínio do Homem de Branco: três papas, um santo e uma experiência de fé.