Junho - 2023 - Edição 292
O Pequeno Jornaleiro, de Fritz, completa 90 anos
A estátua “O Pequeno
Jornaleiro”, famoso monumento que, há 90 anos, faz
parte do cotidiano do cidadão carioca, foi inaugurada
no dia 1º de junho de 1933, e
exposta inicialmente na Av.
Rio Branco, esquina da Rua
dos Ourives (alameda que, em
1936, passou a se chamar Rua Miguel
Couto). Em 1996, por conta das obras
do Projeto Rio Cidade, foi transferida, para a Rua Sete de Setembro;
depois, em 2016, devido as obras do
VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), a
escultura foi para o depósito
do Parque Noronha
Santos, para retornar definitivamente à Av. Rio Branco,
em 2019, fixada
no pequeno largo entre as ruas Miguel Couto e Ouvidor.
A História conta que a peça foi encomendada
pela diretoria do jornal A Noite, na pessoa do caricaturista Vasco
Lima, escultura que, na época, serviu como promoção para uma
obra social da então primeira-dama do Brasil, esposa de Getúlio
Vargas, Dona Darcy Vargas, – a Casa do Pequeno Jornaleiro,
instituição que existe até hoje. A obra é tão interessante que os
americanos adquiriram uma
réplica da peça que faz parte
do acervo do Museu Forest
Lawn, Califórnia. Esta escultura é, provavelmente, a
obra mais famosa do artista
Fritz, pseudônimo de Anísio
Oscar da Motta, mas o escultor foi também um consagrado caricaturista, com
passagens em importantes
jornais e revistas.
Nascido no dia 6 de setembro de 1895, Fritz surgiu no humor gráfico carioca quando assinou como “Anysio”, em sua estreia, ao publicar uma caricatura da pintora Sylvia Meyer, na revista O Malho, nº 420, em 1910, quando estava ainda com 15 anos. Depois, em 1913, fundou a revista Figuras e Figurões, quando na edição de agosto adotou a chancela que o tornou famoso. Seus desenhos também circularam por décadas em edições de jornais e revistas como O Tico-Tico, Jornal do Brasil, Crítica, A Noite, O Globo, Época, Careta, Para Todos, Vamos Ler e Noite Ilustrada, além do jornal argentino La Prensa, e os parisienses Le Figaro e L’Express. Fritz faleceu no dia 2 de fevereiro de 1969. Ao ser sepultado no Cemitério do Caju, recebeu no local as homenagens de quatro pequenos jornaleiros. Dias depois, populares, jornalistas e seus colegas caricaturistas, entre eles Alvaro Cotrim, Vasco Lima e Luís Peixoto, realizaram uma homenagem ao artista, depositando flores aos pés de sua famosa escultura, na Avenida Rio Branco.
Curiosidade
Em 2009, quando das comemorações do Centenário da ABI – Associação Brasileira de Imprensa, tive a oportunidade de ajudar a organizar uma exposição exaltando a importante data. A mostra coletiva contou com 54 desenhistas de humor e aconteceu nas galerias do CCJF – Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia. Na ocasião, participei com um desenho lembrando a arte de Fritz, charge que exibo nesta edição.
Saúde e Arte!