Setembro - 2024 - Edição 302

James Arthur Baldwin

(Nova York, 02/08/1924 – Saint-Paulde-Vence, 01/12/1987) Romancista, ensaísta, dramaturgo, poeta e crítico social estadunidense. Aos 10 anos de idade, ele foi abusado por policiais de Nova York, caso de assédio racista que ele iria experimentar mais tarde quando adolescente e viria a documentar em seus textos. O aniversário de 19 anos de Baldwin foi o funeral de seu pai, e o dia do motim do Harlem de 1943, retratado no início de seu texto Notes of a Native Son. A busca para responder ou explicar a rejeição familiar e social tornou-se um motivo condutor nos seus escritos. Como escritor, foi aclamado em vários meios, incluindo ensaios, romances, peças de teatro e poemas. Seu primeiro romance, Go Tell It on the Mountain, foi publicado em 1953. Sua primeira coleção de ensaios, Notes of a Native Son, foi publicada em 1955. Décadas depois da publicação de Go Tell It on the Mountain (1953), a revista Time incluiu o romance em sua lista dos 100 melhores romances de língua inglesa. Um manuscrito inacabado, Remember This House, foi adaptado para o cinema como o documentário I Am Not Your Negro (2016), que foi indicado para Melhor Documentário no Oscar de 2017. If Beale Street Could Talk foi adaptado para o filme homônimo que venceu o Oscar em 2018. Baldwin também era uma figura pública e orador conhecido e controverso, especialmente durante o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos. Baldwin morreu de cancro do estômago.

Roseana Murray

(Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1950) Poetisa e escritora de obras infantojuvenis brasileira. É filha dos imigrantes poloneses Lejbus Kligerman e Bertha Gutman Kligerman. Ela formou-se em Literatura Francesa pela Aliança Francesa, Universidade de Nancy. Começou a escrever poesia para crianças em 1980, com o livro Fardo de Carinho. Tem mais de cem livros publicados. Recebeu por quatro vezes o Prêmio de Melhor Poesia pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, o Troféu APCA, o Prêmio da Academia Brasileira de Letras de melhor livro infantil. Foi indicada para tornar-se membro da Academia Fluminense de Letras; também faz parte da Lista de Honra do Conselho Internacional sobre Literatura para Jovens (o International Board on Books for Young People – I. B. B. Y.). Foi casada com José Edwin Murray Filho, tendo dois filhos, o chef de cozinha André Murray, e o músico e violinista Gustavo (Guga) Murray. Desde 1997, é casada com o jornalista e escritor espanhol Juan Arias Martínez. Ela tem dois netos. Em 2017, Gustavo Stephan lança seu primeiro CD infantil: “Catavento.” Os poemas de Roseana “Fardo de Carinho” e “Tempestade” foram transformados em música. Também participou da Flor, feira literária de Oeiras, em 2018. Em 5 de abril de 2024, Roseana perdeu o braço direito e a orelha do mesmo lado do corpo, após ser atacada por três cães da raça pitbull. Recebeu alta justamente no Dia Nacional do Livro Infantil.

Maryse Condé

(Pointe-àPitre, 11/02/1934 – Apt, 02/04/2024) Reconhecida escritora guadalupense, francófona, feminista e ativista da cultura africana no Caribe. Foi especialmente conhecida por seu romance Segu (1984 – 1985) e por Eu Tituba: Bruxa negra de Salém (1986). Estudou Sorbonne Nouvelle em Paris, onde obteve um doutorado em Literatura Comparada. Em 1959, casou-se com Mamadou Condé, ator guineano. Foi professora na Guiné, em Gana e no Senegal. Em 1981, divorciou-se. Voltou a casar-se com o inglês Richard Philcox, tradutor da maioria de seus romances para a língua inglesa. Em 2004, aposentou-se como Professora Emérita de Francês. Lecionou na Universidade de Califórnia, Berkeley, UCLA, a Sorbonne, a Universidade de Virgínia e a Universidade de Nanterre. Em Segu (1984–1985), sobre o Império de Bambara em Mali do século XIX, a memória e o entrecruze destes povos, de seus deuses ancestrais. No romance, Dusika Taoré, a escravidão, a conversão a uma nova religião e o colonialismo. Julgamentos de Salém permeiam Eu, Tituba: Bruxa negra de Salém (1986) e a construção, no século XX, do Canal do Panamá e sua influência na crescente classe média centro-americana em Árvore da Vida (1992). Suas obras posteriores tomaram um giro autobiográfico, como Memórias de Minha Infância e Vitória, uma biografia de sua avó. Quem cortou a garganta de Celanire tem também rastros de sua bisavó paterna. Condé morreu no dia 2 de abril de 2024, aos 90 anos.