Junho - 2023 - Edição 292
Cyro dos Anjos
Ciro Versiani dos Anjos, jornalista, professor, cronista, romancista, ensaísta e memorialista, nasceu em Montes Claros, MG, em 05/10/1906, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 04/08/1994. Cursou Direito na Universidade Federal de Minas Gerais. Trabalhou no Diário da Tarde (1927); no Diário do Comércio (1928); no Diário da Manhã (1920); no Diário de Minas (1929-1931); em A Tribuna (1933) e no Estado de Minas (1934-1935). Em Minas, exerceu os seguintes cargos: oficial de gabinete do secretário das Finanças (1931-1935); oficial de gabinete do governador (1935-1938); diretor da Imprensa Oficial (1938-1940); membro do Conselho Administrativo do Estado (1940-1942); presidente do mesmo Conselho (1942-1945). Foi professor de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia de Minas Gerais (1940-1946). Em 1957, foi nomeado subchefe do gabinete civil da Presidência da República. Foi conselheiro do Tribunal de Contas e de professor da Universidade. Participou da Comissão designada pelo Governo Federal, em 1960, para planejar a Universidade Nacional do Brasília, vindo a ocupar a função de coordenador do Instituto de Letras da mesma Universidade. Aposentado em 1976, voltou a residir no Rio. Recebeu os seguintes prêmios literários: da Academia Brasileira de Letras, pelo romance Abdias (1945); do PEN Clube do Brasil e da Câmara Brasileira do Livro, pelos livros Explorações no Tempo (1963) e A Menina do Sobrado (1979).
Maurício de Medeiros
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, RJ, a 14/07/1885. Era filho de José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros e de Maria Carolina Ribeiro de Medeiros. Faleceu Maurício na mesma cidade a 23/06/1966. Um de seus irmãos, Medeiros e Albuquerque, foi figura de relevante destaque na história dos primórdios da República no Brasil, tendo ocupado, na década de 1920, a presidência da Academia Brasileira de Letras. Médico, professor, escritor e político, estudou no Colégio Pedro II e na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, da qual viria a ser um dos professores catedráticos. Fez cursos na França, nos anos de 1906 e 1907. De volta ao Brasil, colaborou em alguns periódicos do Rio de Janeiro e de São Paulo, entre os quais a Gazeta de Notícias e o Correio Paulistano – nos anos de 1908 e 1909. Retomada a atividade jornalística no Brasil em 1920, colaborou nos anos seguintes em A Gazeta, de São Paulo, e em A Noite, Correio da Manhã e Diário Carioca, do Rio de Janeiro. Foi eleito deputado estadual no Estado do Rio de Janeiro em 1916, e deputado federal em 1921. Voltou a ser eleito para a Câmara dos Deputados em 1927 e 1930. Em 1950, foi nomeado chefe da delegação brasileira no I Congresso Mundial de Psiquiatria. Participou, também, dos congressos de Neuropatologia realizados em Roma e Londres, nos anos de 1952 e 1955, respectivamente. Exerceu o cargo de Ministro da Saúde nos governos de Nereu Ramos e de Juscelino Kubitschek de Oliveira.
Cassiano Ricardo
Cassiano Ricardo Leite, poeta, jornalista e ensaísta, nasceu em São José dos Campos, SP, em 26/07/1895, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 14/01/1974. Aos 16 anos, publicava o primeiro livro de poesias, Dentro da Noite. Foi um dos líderes do movimento pela Semana de Arte Moderna de 1922. Trabalhou no Correio Paulistano (de 1923 a 1930), como redator, e dirigiu A Manhã, do Rio de Janeiro (de 1940 a 1944). Em 1924, fundou a Novíssima, também foi o criador das revistas Planalto (1930) e Invenção (1962). Eleito, em 1950, presidente do Clube da Poesia em São Paulo, foi várias vezes reeleito. As obras Vamos Caçar Papagaios (1926), Borrões de Verde e Amarelo (1927) e Martim Cererê (1928) estão entre as mais representativas do Modernismo. Historiador e ensaísta, publicou, em 1940, um livro de grande repercussão, Marcha para Oeste, em que estuda o movimento das entradas e bandeiras. Cassiano Ricardo pertenceu ao Conselho Federal de Cultura e à Academia Paulista de Letras. Na Academia Brasileira de Letras, teve atuação expressiva. Relator da Comissão de Poesia em 1937, redigiu parecer concedendo a láurea ao livro Viagem, de Cecília Meireles. Saiu vitorioso, e Viagem foi o primeiro livro da corrente moderna consagrado na Academia. Ao lado de Manuel Bandeira, Alceu Amoroso Lima e Múcio Leão, Cassiano Ricardo levou adiante o processo de renovação da Instituição, para garantir o ingresso dos verdadeiros valores.