Março - 2023 - Edição 289
James Joyce
James Augustine Aloysius Joyce (Terenure, Irlanda, 2 de fevereiro de 1882 – Zurique, Suíça, 13 de janeiro de 1941) foi um romancista, contista e poeta da Irlanda que viveu boa parte de sua vida expatriado. É amplamente considerado um dos maiores escritores do século XX. Suas obras mais conhecidas são o volume de contos Dublinenses/Gente de Dublin (1914) e os romances Retrato do Artista Quando Jovem (1916), Ulisses (1922) e Finnegans Wake (1939) – o que se poderia considerar um “cânone joyceano”. Também participou dos primórdios do modernismo poético em língua inglesa, sendo considerado por Ezra Pound um dos mais eminentes poetas do imagismo. Começou a escrever aos 9 anos de idade. Na adolescência, publicava ensaios em revistas, e, em 1907, lançou seu primeiro livro, Música de Câmara, uma antologia de poemas. Seus primeiros poemas (Música de Câmara, 1907), líricos, de influência simbolista e feitos para serem letras de música, continham, no entanto, uma visualidade e objetividade que os aproximavam do, posterior, imagismo de Ezra Pound, além do uso de arcaísmos combinados a alguns neologismos. Ao lado de Nora Barnacle, sua mulher, James Joyce teve dois filhos e viveu em diferentes cidades da Europa. Ele morava em Paris, em 1922, quando lançou Ulysses, a obra que lhe deu reconhecimento mundial. No mesmo ano, ele começou a trabalhar em seu último romance, Finnegans Wake, um dos grandes marcos da literatura experimental, lançado apenas em 1939. James Joyce morreu em 1941, em Zurique, na Suíça.
Herman Melville
(Nova Iorque, 1º de agosto de 1819 – Nova Iorque, 28 de setembro de 1891) Escritor, poeta e ensaísta estadunidense. Embora tenha obtido grande sucesso no início de sua carreira, sua popularidade foi decaindo ao longo dos anos. Faleceu quase completamente esquecido, sem conhecer o sucesso que sua mais importante obra, o romance Moby Dick, alcançaria no século XX. O livro, dividido em três volumes, foi publicado em 1851 com o título de A Baleia e não obteve sucesso de crítica, tendo sido considerado o principal motivo para o declínio da carreira do autor. Quando criança, Melville teve escarlatina, o que afetou permanentemente sua visão. Em 1839, embarcou como ajudante no navio mercante St. Lawrence, com destino a Liverpool e, em 1841, no baleeiro Acushnet, a bordo do qual percorreu quase todo o Pacífico. Quando a embarcação chegou às ilhas Marquesas, na Polinésia francesa, Melville decidiu abandoná-la para viver junto aos nativos por algumas semanas. As suas aventuras como “visitante-cativo” da tribo de canibais Typee foram registadas no livro Typee, de 1846. Herman Melville morreu em 28 de setembro de 1891, aos 72 anos, em Nova York, em total obscuridade. Foi sepultado no Cemitério de Woodlawn. O obituário do jornal The New York Times registrava o nome de “Henry Melville”. Depois de trinta anos guardado numa lata, Billy Budd, o romance inédito na época da morte de Melville foi publicado em 1924 e posteriormente adaptado para ópera, por Benjamin Britten, e para o teatro e o cinema, por Peter Ustinov
Jean Iris Murdoch
(Dublin, 15 de julho de 1919 – Oxford, 8 de fevereiro de 1999) Escritora e filósofa irlandesa. Frequentou escolas progressistas, primeiramente a Froebel Demonstration School e depois a Badminton School, em Bristol. Estudou Literaturas Clássicas, História Antiga e Filosofia na Somerville College. Foi membro ativo do Partido Comunista até se distanciar da ideologia; deu aulas no Royal College of Art. A partir de 1963 dedicou-se à escrita, tendo produzido 26 romances em 40 anos, os últimos escritos já enquanto sofria de Alzheimer. Em 1956, casou-se com John Bayley, crítico e professor. Faleceu a 8 de fevereiro de 1999 em Oxford. Em 2008, o The Times nomeou-a na sua lista dos “50 maiores escritores britânicos desde 1945”. A sua história está retratada num filme de Richard Eyre intitulado Iris (2001), protagonizado por Kate Winslet e Judi Dench. Em uma de suas obras mais conhecidas, A Soberania do Bem, ela aborda o conceito platônico de Ideia do Bem na psicanálise como necessário à moralidade e ao desenvolvimento da alma. Ele critica os existencialistas com um caráter “demoníaco”. Em todas as obras dela, o embate com os filósofos pode ser observado, tendo como inimigo o caráter fatalista que o pensamento existencialista desencadeou. Considerava a arte importantíssima, já que ela se opõe ao egoísmo e revela o real e o verdadeiro. Uma característica um pouco contraditória é o fato de a pensadora ser ateia e isso coloca ela no mesmo mundo sem propósito que os existencialistas que ela critica.