Março - 2022 - Edição 277

Paulo Setúbal

Paulo Setúbal de Oliveira, advogado, jornalista, ensaísta, poeta e romancista, nasceu em Tatuí, SP, em 1º de janeiro de 1893, e faleceu em São Paulo, SP, em 4 de maio de 1937. No diário A Tarde foi revisor; logo a seguir, a publicação de uma de suas poesias naquele jornal deu-lhe notoriedade imediata, e ele ganhou sua primeira coluna como redator. Concluiu o curso de Direito em 1915. Em 1918, devido à Gripe Espanhola, Paulo Setúbal partiu para Lages, em Santa Catarina, onde destaca-se, especialmente, pelo gênero do romance histórico, com A Marquesa de Santos (1925) e O Príncipe de Nassau (1926). Iniciou-se, então, a principal fase de sua produção literária, que o levaria a ser o escritor mais lido do país. De O Ouro de Cuiabá (1933) até O Sonho das Esmeraldas (1935), levavam ao sentido social de levantar o orgulho do povo bandeirante na fase pós-Revolução Constitucionalista (1932) em São Paulo. Logo após, o temperamento sociável, expansivo e alegre; o frequentador de festas e reuniões dava lugar ao homem introspectivo, vivendo apenas cercado da família e dos amigos mais próximos. Aos problemas crônicos de saúde acrescentava-se o desgaste psicológico, ocasionado pela desilusão com os rumos da política e consigo mesmo. Passou a frequentar a igreja da Imaculada Conceição, perto de sua residência em São Paulo, e a ler a Bíblia e livros como a Psicologia da Fé e A Imitação de Cristo. É quando escreve o Confiteor, livro de memórias, a narrativa de sua conversão, que ficou inacabado.

Anna Sewell

(Great Yarmouth, 30 de março de 1820 – Old Catton, 25 de abril de 1878) Escritora inglesa. É mais conhecida por seu livro de 1877, Black Beauty, seu único trabalho publicado que atualmente é considerado um dos dez livros mais vendidos para o público infantil, ainda que a autora visasse a audiência adulta. Enquanto vivia em Old Catton, Anna escreveu o rascunho de Black Beauty, entre 1871 e 1877. Neste período, sua saúde piorou muito, estando quase sempre confinada à cama. Escrever era um desafio para quem mal conseguia se sentar, então ela ditava para sua mãe. Em 1876 começou a escrever em pequenos pedaços de papel que depois sua mãe transcrevia na máquina de escrever. O livro foi o primeiro livro inglês a ser escrito pela perspectiva de um animal. Atualmente é considerado um clássico infantil, mas originalmente Anna escreveu para educar profissionais que trabalhassem com cavalos. O livro foi vendido para a editora Jarrolds, de Norwich, em 24 de novembro de 1877. Ela recebeu apenas £40 por ele (cerca de £3,500 atualmente) e o livro foi publicado no mesmo ano. Após a publicação de seu único livro, Anna ficou muito doente. Ela sofria de dores fortes e ficou completamente restrita à cama nos meses seguintes. Anna morreu em 25 de abril de 1878, aos 58 anos, devido a uma tuberculose ou uma hepatite, apenas cinco meses após a publicação de Black Beauty. Ela foi sepultada no cemitério quaker de Lamas, em Norfolk.

Ilse Lieblich Losa

(Buer, Melle, Alemanha, 20 de março de 1913 – Porto, Portugal, 6 de janeiro de 2006) Escritora e tradutora portuguesa de origem judaica. Ameaçada pela Gestapo de ser enviada para um campo de concentração, fugiu para Portugal em 1934, tendo-se fixado na cidade do Porto. Em 1935, Ilse casou com o arquiteto Arménio Taveira Losa. Tornou-se sócia na Associação Feminina Portuguesa para a Paz, uma associação apolítica e não religiosa de mulheres antifascistas e antibélicas. Em 1938, nasceu sua filha, Alexandra Lieblich Losa; em 1949, ano em que nasceu sua segunda filha, Margarida Lieblich Losa, publicou seu primeiro livro, O Mundo em que Vivi. Desde então, dedicou a sua vida à tradução e à literatura infantojuvenil, tendo sido premiada duas vezes com o Grande Prêmio Gulbenkian de Literatura para Crianças: em 1981, pelo livro Na Quinta das Cerejeiras, e em 1984 pelo conjunto da sua obra dirigida às crianças. Ainda que o seu nome se encontre profundamente ligado à escrita destinada aos mais novos, sua obra estende-se ao romance, ao conto e à crônica. Colaborou em diversos jornais e revistas, alemães e portugueses, como o Jornal de Notícias, O Comércio do Porto, Diário de Notícias, Público ou Neue Deutsche Literatur. Está representada em antologias de autores portugueses e colaborou na organização e tradução de obras portuguesas publicadas na Alemanha. Em 9 de Junho de 1995, foi condecorada Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. Ilse Losa faleceu aos 92 anos, em sua casa, no Porto.