Novembro - 2021 - Edição 273

Francisco Adolfo de Varnhagen

Visconde de Porto Seguro, nasceu em São João de Ipanema, SP, a 17 de fevereiro de 1816. Filho de Frederico Luís Guilherme de Varnhagen e de Maria Flávia de Sá Magalhães, estudou no Real Colégio da Luz em Lisboa, de 1825 a 1832 e, a seguir, ingressou na Academia de Marinha. Faleceu em Viena, Áustria, a 26 de junho de 1878. É o patrono da cadeira nº 39 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Oliveira Lima. Tenente de artilharia do exército português, aperfeiçoou-se em assuntos de natureza militar e de engenharia. Publicou, em 1838, um ensaio intitulado Notícia do Brasil. Colaborou em O Panorama, dirigido pelo grande historiador português Alexandre Herculano. Nomeado adido à legação do Brasil em Lisboa, em 1841, foi incumbido de pesquisar documentos sobre a História e a Legislação referentes ao nosso país. Nesse mesmo ano, passou a integrar o Imperial Corpo de Engenheiros do exército brasileiro, do qual se desligou três anos depois. Voltou à carreira de diplomata e, em 1854, conseguiu editar a História Geral do Brasil, sem indicação explícita de autoria. Já licenciado do exército português, tornou-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (18 de julho de 1840). A obra de Varnhagen inclui O Descobrimento do Brasil; O Caramuru Perante a história; Tratado Descritivo do Brasil em 1587; História Completa das Lutas Holandesas no Brasil; Épicos Brasileiros; Florilégio da Poesia Brasileira; Amador Bueno, Drama Histórico; Cancioneiro; Literatura dos Livros de Cavalaria..

João Malaca Casteleiro

(Covilhã, Teixoso, 29 de agosto de 1936 – Lisboa, 7 de fevereiro de 2020) foi um professor, investigador e linguista português. Licenciado em Filologia Românica, em 1961, com doutorado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, é, desde 1981, professor catedrático na mesma faculdade. Em 1981, foi distinguido com o Grande Prêmio Internacional de Linguística Lindley Cintra, da Sociedade de Língua Portuguesa. Foi responsável pela versão portuguesa do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, bem como foi coordenador científico do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea e do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado em 2009. Foi diretor de investigação do Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, conselheiro científico do Instituto Nacional de Investigação Científica e presidiu o Conselho Científico da Faculdade entre 1984 e 1987. Coordenou e colaborou em diversos projetos de investigação e de edição, em Portugal e no estrangeiro, articulando com o Conselho da Europa, os Serviços de Educação do Governo de Macau e o Ministério da Educação, entre outros. Sua bibliografia, iniciada com a tese de licenciatura em 1961, é constituída por muitas dezenas de títulos sobre Linguística, Didática do Português, Língua Estrangeira e situação da língua portuguesa no mundo. Publicou obras como A Língua e a sua Estrutura; A Língua Portuguesa e a Expansão do Saber; Nouvelles perspectives pour l’enseignement du Portugais en tant que langue étrangère; A Língua Portuguesa em África e A Língua Portuguesa no Oriente: do século XVI à atualidade..

Gregorio Marañón y Posadillo

(Madrid, 19 de maio de 1887 – 27 de março de 1960) foi um médico, cientista, historiador, escritor e pensador espanhol, pertencente à geração de 1914, cujos trabalhos nas áreas científica e histórica teve relevância internacional. Durante um período de quarenta anos, dirigiu a cadeira de Endocrinologia do Hospital Central de Madrid. Ele era membro titular da Real Academia Espanhola de História, Belas Artes, Medicina e Ciências Exatas, Físicas e Naturais. Na década de 1930, publicou seus ensaios históricos com especial atenção ao gênero biográfico. Fundou o que se denominou “psico-história”. Piblicou obras como Ensayo Biológico sobre Enrique IV de Castilla y su Tiempo (1930); Um Estudo sobre a Timidez (1932); As Ideias Biológicas do Padre Feijoo (1934); O CondeDuque de Olivares, a Paixão de Comandar (1936) ou Tibério, História de un Resentimiento (1939), em que analisou várias facetas do comportamento humano. Casado com María de los Dolores Moya e Gastón de Iriarte em 1911, tiveram três filhas e um filho: María del Carmen; Maria de Belém; María Isabel, e Gregorio, o primeiro marquês de Marañón grande da Espanha. Do exílio em Paris, em 1941 escreveu Elogio y Nostalgia de Toledo, onde investiga aspectos e figuras de Toledo como os conventos, El Tajo, Garcilaso ou El Greco. Com o seu discurso El Toledo de El Greco, entrou na Real Academia de Belas Artes de San Fernando em 1956. Poucos dias antes de morrer, em março de 1960, voltou ao cigarro para contemplar pela última vez um pôr do sol de Toledo e pronunciou sua famosa frase: “Toledo, luz da minha vida.”