Jornal de Letras

Otávio de Faria

Crítico, ensaísta, romancista e tradutor, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 1908, e faleceu na mesma cidade em 17 de outubro de 1980. Estudou no Colégio Santo Antônio Maria Zaccaria e na Escola Nacional de Direito, de 1927 a 1931. Colaborou em diversas revistas, como Boletim de Ariel, Pelo Brasil, Hierarquia, Revista de Estudos Sociais, A Época, Letras e Artes, Leitura, Revista Acadêmica e Panorama, além de O Correio da Manhã, Jornal do Comércio, Jornal dos Esportes. Participou da fundação do Chaplin Clube, juntamente com Plínio Sussekind Rocha, Almir de Castro e Cláudio Melo, organização destinada ao estudo dos problemas do cinema, e colaborou no seu órgão oficial, O Fã. Estreou em 1931, com o ensaio Maquiavel e o Brasil, seguido de: Destino do Socialismo (1933) e Dois Poetas (1935). Ocupou vários cargos: diretor da Escola de Filosofia e Letras da Universidade do Distrito Federal, em 1936; membro do Conselho Federal de Cultura. Pertenceu à Câmara de Artes. Recebeu os seguintes prêmios literários: Felipe d’Oliveira pelo romance O Lodo das Ruas (1942); Prêmio Luiza Cláudio de Sousa, do Pen Clube do Brasil, pelo romance A Sombra de Deus (1967); Golfinho de Ouro, do Museu da Imagem e do Som (1968); Prêmio do Instituto Nacional do Livro (ficção), pelo livro Novelas da Masmorra (1968); Prêmio Machado de Assis, para conjunto de obra, da Academia Brasileira de Letras (1970); Prêmio Fernando Chinaglia, pelo romance O Cavaleiro da Virgem (1972).

García Lorca

Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 – Granada, 18 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol. Nascido na Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914, e cinco anos depois transferiu-se para Madrid. Seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928). Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi norte-americano. Na Espanha, criou um movimento de teatro chamado La Barraca. Foi perseguido por conta de sua homoafetividade. Foi excelente pintor, compositor precoce e pianista. Sua música se reflete no ritmo e sonoridade de sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca obteve sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram sua posição como grande dramaturgo. Algumas obras: Livro de Poemas – 1921; Ode a Salvador Dalí – 1926; Cartas aos Amigos – 1950. Teatro: Assim que Passarem Cinco Anos – Lenda do tempo – 1931; Retábulo de Don Cristóvão e D. Rosita – 1931. Federico García Lorca foi fuzilado na cidade de Granada, Espanha, no dia 18 de agosto de 1936, por ordem de Francisco Franco. Até hoje seus restos mortais não foram encontrados.

Antonio Machado

Antonio Cipriano José Maria Machado Ruiz nasceu em Sevilha, Espanha, no dia 26 de julho de 1875, e foi um poeta espanhol. Estudou na Institución Libre de Ensenanza e posteriormente completou seus estudos nos institutos San Isidoro e Cardenal Cisneros. Em 1899, Antonio Machado mudou-se para Paris, onde trabalhou como tradutor para a Editora Garnier. A obra literária de Antonio Machado distingue-se em três etapas: a primeira é representada pelo livro Soledades (1903) e por Soledades, Galerias e Outros Poemas (1907), uma ampliação do livro anterior, ambos marcados pelo romantismo tardio do século XIX. A mudança para a cidade de Soria, propiciou uma segunda etapa na obra do autor, caracterizada por uma poesia menos intimista. Nessa época, publicou Campos de Castilla (1912). Após a morte de sua esposa, abandona Soria e reside sucessivamente em Baeza e Segóvia, até que, em 1931, fixou residência em Madri. Nessa época, publicou Nuevas Canciones (1924), marcada pela predominância do verso sobre a prosa, e Poesias Completas (1928), cujo tom sombrio e a indagação intelectual caracterizou a terceira fase de sua obra. Em 1932, Antonio Machado retorna para Madri. Em 1936, eclode a guerra civil e Machado declara-se partidário dos republicanos. Mudou-se para Valência, depois para Barcelona, e, em janeiro de 1939, exilou-se na França. Antonio Machado faleceu em Collioure, França, no dia 22 de fevereiro de 1939.