Março - 2021 - Edição 265

Miguel de Cervantes Saavedra

(Alcalá de Henares, 29 de setembro de 1547 – Madrid, 22 de abril de 1616), foi romancista, dramaturgo e poeta castelhano. Em 1575, durante seu regresso de Nápoles a Castela, é capturado por corsários de Argel, então parte do Império Otomano. Permanece em Argel até 1580, ano em que é libertado depois de pagar seu resgate. Cervantes passou 2 anos em Lisboa. De volta a Castela, se casa com Catalina de Salazar em 1584, e se dedica ao teatro. Publica, em 1585, A Galatea, o seu primeiro livro de ficção. Encarcerado em 1597, “engendra” Dom Quixote de La Mancha, segundo o prólogo a esta obra, sem que se saiba se este termo quer dizer que começou a escrevê-lo na prisão, ou simplesmente que lhe ocorreu a ideia ou o plano geral ali. Em 1605, publica a primeira parte de sua principal obra: O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha. A segunda parte não aparece até 1615: O engenhoso cavaleiro Dom Quixote de La Mancha. Entre as duas partes de Dom Quixote, aparecem as Novelas exemplares (1613), Viagem de Parnaso (1614). Em 1615, publica Oito Comédias e Oito Entremezes Novos Nunca Antes Representados, A Numancia, além de O Trato de Argel, ficou inédito até ao final do século XVIII. Miguel de Cervantes morreu em 23 de abril de 1616, parecendo ter alcançado uma serenidade final de espírito. Um ano depois de sua morte, aparece a novela Os trabalhos de Persiles e Sigismunda.

Franklin Dória

Franklin Américo de Meneses Dória, Barão de Loreto, político e poeta, nasceu na ilha dos Frades, Itaparica, BA, em 12 de julho de 1836, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 28 de outubro de 1906. Eleito pelos trinta membros que compareceram à sessão de instalação, em 28 de janeiro de 1897, para completar o quadro de acadêmicos, Franklin Dória é o fundador da cadeira nº25 da Academia Brasileira de Letras, que tem como patrono o poeta Junqueira Freire. Formou-se em Direito na Faculdade de Recife em 1859. No mesmo ano de sua formatura, aos 23 anos, publicou Enlevos, seu único volume de poesia. Cedo abandonou o verso. E desde o aparecimento do seu primeiro livro só publicou, em poesia, a tradução de Evangelina, de Longfellow, lida na presença do Imperador. Dedicou-se à advocacia e à política. Exerceu as funções de promotor, delegado e juiz. Em 1866, foi eleito governador do Maranhão, e em 1880, governador de Pernambuco. Em 1872, foi eleito para a Câmara Federal, sendo reeleito, em mandatos alternados, até 1885. Foi ministro da Guerra no gabinete Saraiva (1881), quando fundou a Biblioteca do Exército, e ministro do Império. Conselheiro do Império, recebeu o título de Barão de Loreto em 1888. Foi professor de literatura por concurso no Colégio Pedro II, com a tese Da Poesia, caracteres essenciais; diferença da prosa; qualidade de poeta. Demitido com a República, foi reintegrado por sentença judicial. Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Artur Orlando

Artur Orlando da Silva, jurista e ensaísta, nasceu no Recife, PE, em 22 de junho de 1858, e faleceu na mesma cidade, em 27 de março de 1916. Bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Recife, em 1881. Seus primeiros livros foram: Filocrítica (1886) e Ensaios de Crítica (1904). De 1893 a 1895, foi deputado Estadual, e em 1901, senador pelo seu Estado, renunciando dois anos depois para tomar lugar na Câmara Federal, até 1914. Participou da revisão do Código Penal. Colaborou em vários jornais: 24 de Fevereiro, A Esmola, Homens e Letras, Concentração, Folha do Norte, Jornal do Recife, Província. Colaborou também na Revista Brasileira, na Revista Americana, na Revista da Academia Brasileira de Letras e na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Foi redator-chefe do Diário de Pernambuco, de 1901 a 1911. Foi um dos primeiros, no Brasil, a insistir na tese do pan-americanismo. Como integrante da Escola do Recife, pregou o evolucionismo filosófico. Era membro da Academia Pernambucana de Letras, da Americana de Ciência Política e Social, de Filadélfia, sócio-correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Sociedade de Geografia de Lisboa, e de outras associações culturais. Segundo ocupante da cadeira 25, foi eleito em 27 de junho de 1907, na sucessão de Franklin Dória, e recebido pelo acadêmico Oliveira Lima em 28 de dezembro de 1907, na ABL.