Janeiro - 2021 - Edição 263

Gabriel García Márquez

(1927-2014) Escritor colombiano. Autor do livro Cem Anos de Solidão publicado em 1967. Com 17 anos, decidiu se tornar escritor, segundo ele, após ler A Metamorfose de Kafka. Em 1947, mudou-se para Bogotá para estudar Direito e Ciência Política na Universidade Nacional da Colômbia, porém não concluiu o curso. Ainda em 1947 publicou seu primeiro conto “A Terceira Resignação”. Em 1948, foi para Cartagena onde foi jornalista no El Universal. Em 1955, pulicou seu primeiro romance, A Revoada (O Enterro do Diabo). Em 1958, foi para a Europa como correspondente jornalístico. Ao retornar para Barranquilla, casou-se com Mercedes Barcha, com quem teve dois filhos. Em 1971, recebeu título de Doutor honoris causa da Universidade de Colúmbia. Em 1982, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, pelo conjunto da obra. Era tão apaixonado por cinema que pensou em ser cineasta. Além da vasta produção literária de romances, contos, trabalhos jornalísticos, foi também roteirista de diversos filmes. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 1982, pelo conjunto da obra. Algumas obras: A Outra Costela da Morte, 1948; Amargura para Três Sonâmbulos, 1949; Diálogo do Espelho, 1949; Um Dia Depois do Sábado, 1955; A Revoada (O Enterro do Diabo), 1955; Relato de Um Náufrago, 1955; Cem Anos de Solidão, 1967; Do Amor e Outros Demônios, 1994; Memórias de Minhas Putas Tristes, 2004. Faleceu na Cidade do México, México, no dia 17 de abril de 2014.

Aline França

Nasceu em Teodoro Sampaio, no estado da Bahia, em 15 de fevereiro de 1948. Quando criança, trabalhou na agricultura junto com seus pais e também se dedicou à escrita. Na década de 1970, ingressou na Universidade Federal da Bahia como funcionária pública, atuando como telefonista no Instituto de Biologia. Em 1982, foi eleita suplente de um vereador pelo PMDB, em Salvador. Seu primeiro romance, Negão Dony, foi lançado em 1978. Em 1981, França publicou seu segundo romance, A Mulher de Aleduma, que conta a história de uma ilha onde os descendentes de Aleduma vivem em harmonia até que brancos resolvem transformá-la numa atração turística. A autora apresenta uma nova gênese para o povo negro, evocando uma reescrita da história contada e não contada. Este livro obteve reconhecimento crítico no meio literário, e a autora foi entrevistada pela revista nigeriana Ophelia, que a colocou como uma das precursoras da literatura contemporânea do gênero “ficção em estilo surrealista”. Em 1982, seu poema “Mensagens dos nossos ancestrais” foi incluído na antologia Poetas Baianos da Negritude. Seu terceiro romance, Os Estandartes, foi publicado em 1993. Seus principais temas são a preservação e a revitalização dos valores culturais do mundo negro, engrandecendo as populações afro-brasileiras de maneira que seus leitores tenham orgulho de suas origens, de sua herança cultural e de sua identidade. Algumas obras: A Mulher de Aleduma, 1981; Os Estandartes, 1994; Emoções das Águas, 2005.

Anna Akhmátova

(Odessa, 23 de junho de 1889 — Leningrado, 5 de março de 1966) pseudônimo de Anna Andreevna Gorenko. Começou a escrever poesia aos onze anos de idade, mas o pai temia que Anna viesse a desonrar o nome da família. Assim, assinou os seus primeiros trabalhos com o primeiro nome da sua bisavó, Tatar. Estudou no liceu feminino de Tsarskoe Selo e no célebre Instituto Smolnyi de São Petersburgo, como também no Liceu Fundukleevskaia de Kiev e numa faculdade de Direito, em 1907. Teve uma longa amizade com a poetisa Marina Tsvetaeva, sua compatriota. Estas duas amigas trocaram uma correspondência poética. Casou-se com o poeta Nikolai Gumilev em 1910. Nikolai foi executado em 1921 por causa de atividades consideradas antissoviéticas. Foi forçada ao silêncio, não podendo a sua poesia ser publicada de 1925 a 1952 (excepcionalmente de 1940 a 1946). Excluída da vida pública, vivendo de uma irrisória pensão vivia de traduções de obras de escritores como Victor Hugo e Rabindranath Tagore. Após a morte de Stálin, em 1953, foi autorizada a viajar a Itália para receber o prémio literário Taormina e a Oxford, para receber um título honorário, em 1965. Sua obra compõe-se de pequenos poemas líricos como de grandes poetas. Fala sobre o passar do tempo, as recordações, o destino da mulher criadora e as dificuldades em viver e escrever à sombra do estalinismo. Na generalidade, a sua obra é caracterizada pela aparente simplicidade e naturalidade e pela precisão e clareza da sua escrita.