Novembro - 2020 - Edição 261

François-Marie Arouet

Mais conhecido pelo pseudônimo Voltaire (Paris, 21 de novembro de 1694 – Paris, 30 de maio de 1778), foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês. Estudou com os jesuítas no Colégio Louis-leGrand, onde revelou-se um aluno brilhante. Frequentou a Societé du Temple, de libertinos e livres pensadores. Por causa de versos irreverentes contra os governantes, foi preso na Bastilha (1717-1718), onde iniciou a tragédia Édipo (1718) e o Poema da Liga (1723). Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio, suas obras e ideias influenciaram pensadores importantes tanto da Revolução Francesa quanto da Americana. Escritor prolífico, produziu cerca de 70 obras em quase todas as formas literárias, assinando peças de teatro, poemas, romances, ensaios, obras científicas e históricas, mais de 20 mil cartas e mais de 2 mil livros e panfletos. Defensor aberto da reforma social, apesar das rígidas leis de censura e severas punições para quem as quebrasse. Frequentemente usou suas obras para criticar a Igreja Católica e as instituições francesas do seu tempo. Voltaire é o patriarca de Ferney. Durante os três anos em que permaneceu exilado na Inglaterra, conheceu as ideias políticas de John Locke. Não seria exagero dizer que Voltaire foi o homem mais influente do século XVIII. Seus livros foram lidos por toda a Europa e vários monarcas pediam seus conselhos.

Fiódor Dostoiévski

Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski (Moscou/Moscovo, 11 de novembro de 1821 – São Petersburgo, 9 de fevereiro de 1881) foi um escritor, filósofo e jornalista do Império Russo. É considerado um dos maiores romancistas e pensadores da história, bem como um dos maiores “psicólogos” que já existiram (na acepção mais ampla do termo, como investigadores da psiquê). Formou-se engenheiro, porém trabalhou como escritor, produzindo romances, novelas, contos, memórias, escritos jornalísticos e escritos críticos. Pela retratação filosófica e psicológica profunda e atemporal dessas questões, seus escritos são comumente chamados de romances filosóficos e romances psicológicos. Seu primeiro romance, Gente Pobre, foi elogiado pelo mais importante crítico literário russo do começo do século XIX, Vissarion Belinski. Apenas após seu retorno da prisão na Sibéria – Dostoiévski foi preso por tramar contra o Czar –, repetiria o escritor seu sucesso inicial com a semibiográfica obra Recordações da Casa dos Mortos, a qual trata dos anos que passou na prisão. Escreveu ainda Crime e Castigo, O Idiota e Os Demônios. Sua obra-prima é Os Irmãos Karamazov. Foi reconhecido como precursor dos seguintes movimentos: nietzscheanismo, psicanálise, expressionismo, surrealismo, teologia da crise e existencialismo. O reconhecimento popular também é imenso: mundialmente conhecido, possui diversas estátuas, selos e moedas em sua homenagem e até hoje celebra-se em São Petesburgo o “Dia de Dostoiévski”.

Ana Martins Marques

(Belo Horizonte, 07 de novembro de 1977) Poeta brasileira. Concluiu o mestrado em Literatura pela UFMG com uma dissertação sobre o romancista João Gilberto Noll. Iniciou sua carreira recebendo prêmios literários: seu primeiro livro, A Vida Submarina, reúne poemas vencedores do Prêmio Cidade de Belo Horizonte, em 2007 e 2008. Depois, com seu segundo livro, Da Arte das Armadilhas, foi vencedora do Prêmio Biblioteca Nacional de Literatura. De um lirismo único, a poesia de Ana Martins Marques reflete sobre a vida e os espaços. Trabalha como redatora e revisora na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Seu primeiro livro foi A Vida Submarina (2009). Ganhou também o Prêmio Alphonsus de Guimaraens, pelo seu segundo livro, Da Arte das Armadilhas (2011). Sua poesia, segundo o crítico Murilo Marcondes, alia a elaboração formal a uma reflexão sobre a vida, promovendo um “estreitamento entre linguagem e experiência”. Obras publicadas: 2009 – A Vida Submarina (Scriptum); 2011 – Da Arte das Armadilhas (Companhia das Letras); 2015 – O Livro das Semelhanças (Companhia das Letras); 2016 – Duas Janelas – com Marcos Siscar (Luna Parque Edições; 2017 – Como se Fosse a Casa (uma correspondência) – com Eduardo Jorge (Relicário); 2017 – This House: selected poems by Ana Martins Marques – tradução de Elisa Wouk Almino (Scrambler Books); 2019 – Livro dos Jardins (Quelonio).