Novembro, 2024 - Edição 303
Entrevista com Celso Niskier - Valorização da educação a distância
Entrevista transmitida em nível nacional, no Programa Identidade Brasil, apresentado por Arnaldo Niskier no canal Futura
Arnaldo Niskier: Hoje, com uma alegria enorme, recebo a visita do professor Celso
Niskier, meu filho. Com muito prazer e com
muita honra, preside a Associação Brasileira
das Mantenedoras de Ensino Superior e é também o dirigente maior, reitor da UniCarioca,
Universidade Carioca do Rio de Janeiro, que é
talvez o maior centro universitário do nosso
Estado. Obrigado pela sua presença. O que você
tem a nos dizer sobre a educação brasileira?
Celso Niskier: Antes, quero dizer que
também estou muito emocionado de estar aqui
com o meu grande professor, que foi quem me
ensinou tudo. É por isso que vou chamá-lo hoje
de professor com muita propriedade, que foi o
professor da minha vida. E é um prazer estar aqui
falando de um assunto que nós dois gostamos
muito, que é o assunto da educação.
A UniCarioca surgiu por uma conversa
nossa, eu fazia doutorado na Inglaterra, me preparando para uma carreira de pesquisa, você deu
um fatídico telefonema e disse: “Olha, temos aqui
uma carta consulta de uma instituição que não
tem mais interesse em dar andamento. O que
você acha?”
Arnaldo Niskier: Era um curso de informática
Celso Niskier: Exato. E aí surgiu a
Faculdade Carioca de Informática e voltei mais
cedo do doutorado, acabei concluindo o doutorado 20 anos depois, aqui na Coppe, no Rio
de Janeiro. Estava lá no Imperial College, voltei e comecei do zero a Faculdade Carioca de
Informática, que é também a minha área de
formação. E com toda a orientação que me deu,
o projeto deu certo. Em dez anos, se tornou um
centro universitário. Hoje é o melhor centro universitário do Rio de Janeiro, a UniCarioca.
Arnaldo Niskier: É conceituado como tal.
Tem muita gente que elogia a UniCarioca dizendo que é o melhor centro universitário do Rio de
Janeiro. Eu fico orgulhoso.
Celso Niskier: E é verdade.
Arnaldo Niskier: E também por você.
Celso Niskier: Os amigos, às vezes, exageram nos elogios, mas é fato, é o melhor centro
universitário, conceito máximo do MEC já há 11
anos. E isso é fruto de uma inspiração muito forte
que sempre tive por você, mas também é um
trabalho de centenas de colaboradores, professores, administrativos que nos acompanharam
e nos acompanham ao longo dessa jornada de
quase 35 anos. Portanto, é um projeto educacional muito sólido, baseado em princípios, são
princípios, inclusive, que transformei num livro
que pretendo lançar em breve. Mas a UniCarioca
hoje já formou mais de 20.000 jovens. Estava lembrando que aqui onde estamos gravando, o auditório Raymundo Magalhães Júnior, da Academia
Brasileira de Letras, foi onde se realizou a primeira formatura da UniCarioca, em 1993, portanto há mais de 30 anos que nós estávamos aqui transformando os sonhos em realidade para
esses jovens.
Arnaldo Niskier: Hoje tem quantos alunos a UniCarioca?
Celso Niskier: A UniCarioca tem cerca de
10.000 alunos e hoje os cursos vão desde a graduação tradicional, presencial, até a educação a
distância, que cresceu muito, mas também pós-
-graduação, mestrado e, esse ano, começamos o
primeiro doutorado da UniCarioca.
Arnaldo Niskier: Em que área?
Celso Niskier: Um doutorado profissional
em novas tecnologias digitais na educação, para
formar professores altamente especializados no
uso das novas tecnologias, combinando informática, tecnologia com educação. Tem mais de 300
alunos hoje inscritos no mestrado e no doutorado da UniCarioca, porque são professores que
querem se qualificar melhor e querem pesquisar,
muitos querem seguir carreira acadêmica e, para
isso, precisa do mestrado e do doutorado. Mas
acima de tudo, são professores dispostos a inovar, a trazer novas soluções para dentro da escola,
sempre dentro de princípios humanistas, porque
a tecnologia não aliena o professor.
Arnaldo Niskier: Claro, não quero fazer
uma pergunta embaraçosa, mas é uma curiosidade que tenho. Por que ainda não ingressou na
área da medicina?
Celso Niskier: Começamos a saúde há
dois anos. Durante a pandemia, a UniCarioca
percebeu que havia uma procura muito grande por profissionais de saúde para lidar com
toda essa crise trazida pela pandemia, as sequelas da pandemia, as questões de saúde mental.
Então, começamos com o curso de Biomedicina,
Fisioterapia, Enfermagem, Psicologia, o curso
mais recente, e pretendemos, no futuro, caminhar também para a área de formação de médicos. O Brasil precisa de bons, de mais e de melhores médicos.
Arnaldo Niskier: E, sobretudo, com esse
cuidado com a qualidade que você tem demonstrado e é elogiável, porque nem sempre esses
novos cursos gozam de qualidade. Tanto que o
MEC resolveu restringir a área de educação a
distância. O que você achou disso?
Celso Niskier: Acho que havia necessidade de um freio de arrumação. Acho que foi uma
medida extrema, mas o MEC abriu também um
diálogo com todo o setor, que hoje participa de
um conselho consultivo que vai assessorar a
Secretaria de Regulação do MEC na elaboração
de um novo marco regulatório para a educação
a distância. Cresceu de forma desordenada e era
uma situação que não deixava ninguém confortável, cursos oferecidos por preços muito baratos, polos sem nenhuma estrutura física.
Arnaldo Niskier: Ficou com cheiro de
facilitário, não é?
Celso Niskier: O MEC tem a obrigação de
acompanhar a qualidade, de supervisionar e ele
faz isso com dificuldade, porque a quantidade de
polos aumentou muito. Então, quando você tem
uma expansão que acaba se desordenando, é
necessário recolocar o projeto no trilho.
Arnaldo Niskier: É o que você chama de
freio de arrumação.
Celso Niskier: Sem desvalorizar a modalidade de educação a distância, isso é muito
importante. Temos conversado, agora como
ABMES falando, com o MEC, no sentido de valorizar a educação a distância, pelo que ela tem de
importante, que é a democratização do acesso ao
ensino superior, que é a inovação. Então, temos
que preservar a modalidade, mas melhorar muito
as condições de oferta de algumas instituições, e
para isso o MEC pode e deve agir.
Arnaldo Niskier: Você falou em ABMES.
Reservei aqui na minha cabeça uma área para
falar da Associação Brasileira das Mantenedoras
de Ensino Superior e você preside muito bem, o
que é a ABMES?
Celso Niskier: A ABMES é uma instituição
que está completando 42 anos de existência, uma
associação que representa todas as mantenedoras de ensino superior no Brasil. O que são mantenedoras? São aquelas que criaram faculdades,
centros universitários, universidades privadas.
Aqui nós temos um ecossistema de instituições
confessionais, católicas e evangélicas, grandes
grupos, pequenas faculdades. A ABMES é a que
representa essa diversidade de instituições no
Brasil, quase 2500 instituições privadas.
Arnaldo Niskier: Você deu uma panorâmica do que é a ABMES. Qual é a importância da
ABMES para a educação?
Celso Niskier: É a entidade que representa
um setor hoje que tem mais de 80% da representação dos estudantes matriculados, mais de
80% dos alunos que cursam a educação superior,
cerca de 8 milhões de estudantes, são de instituições privadas e a ABMES é a mais tradicional,
a principal entidade representativa desse setor,
fundada pelo acadêmico Cândido Mendes há
42 anos e que, como eu disse, tem essa característica de falar por todos os tipos de instituição,
faculdade, centros universitários e universidade.
A importância da ABMES é muito grande no
diálogo com o poder público, com o Congresso
Nacional, na promoção da inovação, da expansão
com qualidade e da melhoria da regulação por
parte do MEC. A ABMES, que eu tenho a honra
de presidir, sucedendo ao professor Janguiê Diniz
e a outros grandes presidentes que vieram antes
dele, tem essa função de colaborar para que o
setor cresça com qualidade e assumindo a sua
responsa de dados social.
Arnaldo Niskier: Esse é um aspecto muito
importante (qualidade) e que essa defesa seja
intransigente, porque nós precisamos disso:
educação com qualidade.
Celso Niskier: Esse é o nosso compromisso.
Todos precisam atender os padrões mínimos de
qualidade, inclusive para o credenciamento, para
que eles possam ser credenciados pelo Conselho
Nacional de Educação e pelo MEC. Então, acho que
a qualidade é um dado para todos. Obviamente, há
instituições que investem mais em mecanismos
que levam a cursos de excelência e isso é importante que a gente possa incentivar.
Arnaldo Niskier: Você falou em Conselho
Nacional de Educação. Quando se chamava
Conselho Federal de Educação, fiz parte seis
anos e tenho saudosa lembrança desses tempos em Brasília. Qual é a finalidade mesmo do
Conselho Nacional de Educação?
Celso Niskier: O Conselho Nacional de
Educação costuma se pensar como um órgão de
Estado. Lá estão os conselheiros indicados pelas
principais entidades representativas da educação, da cultura e da ciência. Quem senta naquela
cadeira de conselheiro (e você foi seis anos do
então Conselho Federal de Educação, depois se
tornou conselheiro do Conselho Nacional de
Educação)...
Arnaldo Niskier: Foram quatro anos
no Conselho Federal de Educação e dois no
Conselho Nacional.
Celso Niskier: Exato. Então, você lembra
que o conselheiro contribui para elaboração das
políticas públicas educacionais, define parâmetros e diretrizes para os cursos de graduação, no
caso da Câmara de Educação Superior, assessora o ministro nas suas políticas para o setor.
Portanto, é um órgão de altíssimo nível, que
considero um órgão de Estado e que tem lá as
principais cabeças pensantes, representativas da
nossa diversidade de educadores no país.
Arnaldo Niskier: Na semana que passou,
a doutora Margareth Dalcolmo, que era esposa
do Cândido Mendes de Almeida, que você citou,
ganhou a Légion D’Honneur do governo da
França e fez um discurso muito bonito no Gávea
Golfe Clube e citou o ex-marido com muito carinho, com muito amor e foi muito aplaudida. O
Cândido foi presidente fundador da ABMES. Ele
faleceu e deixou muita saudade. Que lembrança
você tem do Cândido Mendes?
Celso Niskier: Como o grande articulador
político da ABMES, que na época se chamava
ABM Associação Brasileira de Mantenedoras.
Ele teve uma participação muito importante
na Constituinte, foi o grande articulador, junto
com uma pessoa que também merece homenagens, que é a Vera Gissoni, fundadora, reitora da
Universidade Castelo Branco, que ao lado dele
montou toda essa estrutura de mantenedores. O
Cândido deixou o legado da ABM, que agora se
chama ABMES, como uma entidade que representa os interesses desse setor tão importante
para o país. Até hoje ele é muito lembrado por
esse papel importante que ele teve.
Arnaldo Niskier: Isso, também tem
outros nomes, o Édson Franco...
Celso Niskier: Em seguida, foi o que se
sucedeu Cândido Mendes. É reitor fundador da
UNAMA, falecido recentemente, o Édson Franco
foi o estruturador da ABMES na parte de conteúdo. Ele criou os estudos, as revistas, deu o
fundamento às bandeiras da associação através
de um trabalho técnico de qualidade. Depois
veio o Gabriel Mário Rodrigues, que durante 12
anos presidiu o crescimento do setor. Fundador
da Anhembi Morumbi, que se tornou, tempos
depois, parte de um outro grande grupo. E ele
também fundou a Anhanguera, que hoje é parte
do maior grupo de educação no Brasil, que é a
Cogna. O Gabriel, que era um grande diplomata,
acompanhou esse momento de expansão que o
setor teve no governo Paulo Renato, o ministro
Paulo Renato. De poucas instituições o setor
cresceu hoje para mais de 2.500 instituições
privadas, com mais de 20.000 unidades e polos
espalhados por todo Brasil. Hoje são cerca de 8
milhões de jovens universitários que estudam
em instituições privadas. E quando a gente fala
do setor, não fala só dos grandes grupos, tem as
faculdades do interior que prestam bons serviços, tem as universidades comunitárias de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul, criadas através
de parcerias com os municípios, tem faculdades
inovadoras aqui em São Paulo, por exemplo, que
investe em tecnologia e na área de negócios, é
um setor muito dinâmico.
Arnaldo Niskier: Muito importante você
dizer isso tudo, porque o nosso programa é
nacional, então, isso que você está lembrando,
a presença do país na educação brasileira, é
tudo muito importante. Agora, é claro que, acumulando tanta experiência, você não deixaria
de escrever alguns livros. Então, sei que você
vai lançar proximamente mais um livro, envolvendo a expressão da inteligência artificial, da
qual você é um estudioso. Antes de pedir ao
professor Celso Niskier que nos fale sobre a sua
experiência literária, gostaria que ele dissesse
uma palavra sobre a experiência dele como avô,
da minha bisneta, a Sofia. Como é a Sofia?
Celso Niskier: A Sofia vai muito bem e
transforma, eu estava dizendo isso hoje. O nascimento dela, dois anos atrás, transformou as nossas vidas como família. E é uma evolução natural,
porque você assistiu, como avô, o nascimento
da Giovanna e da Gabriela e das outras netas, da
Dora, da Fernanda, da Bruna e da Paula. E agora
assiste o nascimento de uma bisneta. Que já tem
um livro dedicado a ela, que você fez, e que já é
uma assídua leitora. Aponta e pede livro, pede
para ir à livraria para comprar livro. Acho que é
um papel importante dos pais estimular a leitura
das crianças desde cedo. E já estamos fazendo
isso com ela, que é uma pessoa muito especial.
Arnaldo Niskier: Espero que no futuro
ela seja uma bela escritora. Há tantas mulheres
que são belas escritoras, se a Sofia for também
uma delas, vou ficar muito feliz. Conte então
um pouco sobre a sua experiência literária.
Agora sei que você já vai lançando um novo
livro, envolvendo a expressão da inteligência
Artificial. Como será esse trabalho?
Celso Niskier: Eu estava querendo escrever, não sabia como começar e você deu aquela
dica fabulosa e disse: “Olha, faça um artigo por
semana. No final de 100 semanas, dois anos, você
tem uma coletânea de artigos, nasce um livro.”
Estou indo para o terceiro livro de coletânea
de artigos a partir da sua dica. E agora resolvi
escrever um, um pouco mais denso sobre como
a inteligência artificial vai impactar a educação.
E o nome do livro é Educação mais Inteligente,
que vai ser lançado em breve pela Editora Gente.
E o objetivo é traduzir, neste livro, quase 35 anos
de experiência que tenho à frente de uma instituição de educação superior. E identifiquei cinco
princípios que são imutáveis e que devem estar
presentes em qualquer empreendimento, em
qualquer projeto educacional.
Arnaldo Niskier: Quais são eles?
Celso Niskier: O primeiro é que o aluno
deve sempre ser considerado uma pessoa única
no seu potencial de aprender, considerar o aluno
como uma pessoa única, personalizar a educação.
Não exclusiva, mas alguém que possa receber uma
atenção diferente e especializada. Muitas vezes,
naquele modelo industrial, todo mundo sentando
na sala, o professor não diferencia as necessidades
entre os estudantes e é muito importante que,
no primeiro princípio, o aluno seja considerado
o único no seu potencial de aprender. Depois, o
papel do professor como um facilitador da aprendizagem. E hoje em dia, com tanto conhecimento
com o chatGPT, o professor é o curador do conhecimento do aluno. Ele não é o único dono do
conhecimento, nem o único entregador do conhecimento, é o facilitador da aprendizagem. Terceiro
ponto muito importante para essa geração de
jovens, que tem acesso a jogos, games e tudo
mais, é que o ambiente de aprendizagem seja rico,
motivado e que engaje o estudante. Então, sair um
pouco da caixa e pensar em salas um pouco mais
dinâmicas, espaços makers e outras formas de tornar o ambiente de aprendizagem mais engajado.
O quarto ponto são os currículos que precisam ser
flexíveis, baseados em competências e conectados
com as demandas do mundo do trabalho. Acho
que é isso que o jovem espera hoje de uma escola.
Agora, se você tem um aluno único e considerado de forma única, o professor facilitador, um
ambiente engajador, currículos flexíveis, o último
ponto é considerar o aluno protagonista na sua
própria jornada e pensar a educação para a vida
inteira. É considerar que a jornada de aprendizagem é contínua por toda a vida e o protagonismo
é do aluno. Não existe aquele mecanismo de o
aluno passivo, que recebe aquele conhecimento
sai, vai para casa. Então, esses cinco princípios
são princípios de uma educação mais inteligente.
E a inteligência artificial entra para personalizar a
experiência do aluno, para criar ambientes mais
engajadores, para facilitar o trabalho do professor,
para melhorar os currículos e para tornar o aluno
mais protagonista. Então, a inteligência social
entra em todos esses princípios.
Arnaldo Niskier: Como é que pode o
curso de Pedagogia ajudar na obtenção dessas
qualidades?
Celso Niskier: Todos os cursos de licenciatura, especialmente o de pedagogia, precisam
se adaptar a essa nova realidade. Muitos deles
acabam sendo muito teóricos. Não se valoriza
muito a parte prática do estágio profissional, da
residência pedagógica. Inclusive, agora o MEC
entrou no circuito para estabelecer um mínimo
de carga horária presencial e nos cursos a distância de formação de professores. Temos que
trazer para esses currículos da licenciatura as
competências digitais para que o professor possa
entender esse novo momento que vivemos.
Arnaldo Niskier: E você não acha que
é preciso fazer alguma coisa para aperfeiçoar
esses fundamentos nos cursos de pedagogia?
Celso Niskier: Com certeza, esse é um
dos papéis importantes do Conselho Nacional de
Educação, rediscutir as diretrizes curriculares na
formação inicial docente, sob uma ótica de tudo
o que vai acontecer de transformação com a inteligência artificial. Se, na formação do professor,
esses cinco princípios forem considerados e são
princípios imutáveis e básicos, não há nenhuma
novidade aqui, acho que vamos ter um professor
mais bem preparado, saindo da forma do curso de
pedagogia, mais adequado, mais adaptado para
essa realidade trazida pelas novas tecnologias.
Arnaldo Niskier: Nesse ambiente de precariedade cultural que a gente vive, ainda tem
um papel fundamental para o livro?
Celso Niskier: O livro se adaptou. As
livrarias continuam existindo, algumas, inclusive, estão surgindo, ressurgindo. O livro digital
também é uma realidade. A leitura, eu digo, é
um comportamento importante na formação
de novos leitores, mas também na formação de
profissionais, de cidadãos. Então, acredito muito
no papel do livro, reavivado pelas novas tecnologias. O que nós temos que nos preocupar é com
a superficialidade das redes sociais, que hoje
focam muito mais na dancinha, no Tiktok do que
na transmissão cultural. Esse é um motivo de
preocupação para todos nós, educadores, e já se
discute, inclusive, abolir o celular em sala de aula
em alguns lugares do mundo e proibir o acesso às
redes sociais até uma certa idade dos estudantes.
Acho que são medidas radicais, mas muitas vezes
necessárias, dada, eu diria, uma certa pobreza
cultural que existe hoje nas redes sociais.
Arnaldo Niskier: Para quem gosta de educação, a aula do professor Celso Niskier foi um
show. Eu quero agradecer muito ao meu filho,
professor Celso, a sua presença aqui entre nós
e colocar um ponto final no programa de hoje.