Maio, 2024 - Edição 300
JL 300: símbolo de resistência
Com o prisma da contemporaneidade, sem deixar à parte
sua origem de preservação memorialística, o JORNAL DE LETRAS
chega à sua 300ª publicação, superando crises e obstáculos
econômicos, em sua extraordinária aventura existencial. Sua trajetória está crivada de valiosas pegadas provindas dos seus fundadores. Sobrevivemos, a despeito de navegarmos em períodos
nebulosos.
Contamos, para o êxito da permanência, com a coragem,
perseverança e ousadia do nosso diretor-presidente Arnaldo
Niskier, liderança incansável na preservação e honra da cultura
brasileira. Fundador do JORNAL DE LETRAS (com o saudoso imortal
Antônio Olinto, em 1998), ex-secretário de Educação e de Cultura,
do Rio, o acadêmico foi extraordinário presidente da Casa de
Machado e é reconhecidamente um dos nossos mais importantes
educadores.
Filiado à máquina do pensamento brasileiro que responde pela arte e pela criação, em concordância com uma conduta
democrática, o JL não se quis insondável. Em todos os momentos,
ao longo das 300 edições, franqueou o seu espaço para quaisquer
manifestações artísticas de qualidade – não só as letras –, a fim de
permitir ao leitor avaliar, em toda extensão, o valor das irradiações
culturais que ganham robustez nas frutíferas áreas da produção
criativa.
Solidamente amparada pelo legado oriundo de seus notáveis intelectuais de origem, a publicação segue fazendo história
através de profissionais comprometidos, seres de cultura que resistem em entregar-se à ignorância e à desesperança. Há vinte e seis
anos ininterruptos, chegamos aos leitores mensalmente, levando um panorama amplo da produção
artística nacional.
Disposta em não
esmorecer diante do propósito de lutar pelo respeito a
um projeto cultural cada vez
mais amplo e robusto, a equipe
do JL segue integrada à linhagem de intelectuais
que confia na educação e na cultura como fontes permanentes de
vida, lutando para imprimir marcas civilizatórias longe ainda de se
firmarem. Guardiões crédulos na permanência da cultura, inspiramos os que fenecem. Seguimos convencidos de que a nossa missão
é resistir: pinçar as sobras e fazê-las brotar. A língua, a literatura,
a memória, os
livros, as letras:
os intangíveis
herdados dos
nossos fundadores nos cabe preservar.
Que
venham outras
300 edições!