Dezembro, 2023 - Edição 298

Posse na Academia Brasileira de Cultura

Foi marcante a cerimônia de posse dos 13 novos integrantes da ABC (Academia Brasileira de Cultura), no campus da Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro. No evento, os destaques foram as ministras Sonia Guajajara e Margareth Menezes, dos Povos Indígenas e da Cultura, respectivamente, e a artista Liniker, a primeira mulher trans a assumir um lugar na instituição. Os outros nomes que fazem parte desse novo grupo são: Alcione, Daniela Mercury, Glória Pires, Conceição Evaristo, Viviane Mosé, Juma Xipaia, José Luiz Ribeiro, Vanessa Giácomo, Antenor Neto e Luana Xavier. Eles se juntam aos outros nomes mais antigos, como Ana Botafogo, Zeca Pagodinho, Fátima Bernardes, Elisa Lucinda, Christiane Torloni, Lilia Cabral, Ney Latorraca, Beth Goulart, Rosamaria Murtinho, Gabriel Chalita e o maestro Isaac Karabtchevsky.

A ministra Margareth Menezes vai ocupar a Cadeira 28, que tem como patrono a cantora Emilinha Borba. A Cadeira pertencia antes à cantora Elza Soares, que morreu em janeiro do ano passado. “Essa academia traz representatividade, cultura mais ampla e se torna um símbolo do povo brasileiro”, disse a ministra. A Cadeira de número 16 vai ser ocupada pela ministra Sonia Guajajara e tem como patrono um integrante do mesmo povo, Paulo Paulino Guajajara, assassinado em 2019 no Maranhão. Em seu discurso, afirmou: “É muito significativo eu estar aqui. Para nós, cultura significa vida.”



Em sua fala, a atriz Glória Pires destacou o papel dos artistas e da cultura. “É uma honra inimaginável estar hoje aqui fazendo parte deste grupo diverso de talentos e lideranças que me inspiram e ativam as melhores memórias e emoções surpreendentes como somente a cultura faz”, comentou.

Por sua vez, Daniela Mercury lembrou o patrono da cadeira que ela passou a ocupar, “o extraordinário Gonzaguinha, artista por quem tenho identificação e admiração por suas posturas políticas. Sua obra marca a música popular brasileira”. Nas redes sociais, a cantora, que completou 40 anos de carreira, comemorou a posse e se disse emocionada com a oportunidade de fazer parte da ABC, ocupando a cadeira que pertencia a Gonzaguinha, de número 24: “Minha responsabilidade como artista hoje aumentou. Me sinto muitíssimo orgulhosa de viver em um país que segue lutando por democracia e pela cultura e seus artistas”, escreveu a artista.

Presidida pelo educador Carlos Alberto Serpa, a Academia Brasileira de Cultura foi criada em 2021 para fortalecer o setor cultural do país. O número total de membros é de 56. Alguns membros da Academia Brasileira de Letras também fazem parte da ABC, como Domício Proença, Arno Wehling e Arnaldo Niskier. A missão da instituição é reunir personalidades de diferentes setores artísticos e promover a valorização da memória cultural brasileira. “Estamos imensamente felizes por ter congregado personalidades tão diversas de nossa cultura.

Acreditamos que nossos ideais não apenas sobreviverão, mas florescerão. Com nossas mãos entrelaçadas e beneficiados por nossa rica experiência em diversas esferas culturais, trabalharemos incessantemente para tornar a cultura uma presença eterna na vida de nossos compatriotas. Nosso compromisso é proteger e incentivar a todos que, como nós, dedicam suas vidas à cultura em suas múltiplas formas. Unidos, nascemos com um ideal sólido e coeso”, disse o presidente Serpa.

Por Manoela Ferrari