Novembro, 2023 - Edição 297
Quem lê livro é livre – a capital do livro será no Rio de Janeiro
Vivemos bons ventos na produção literária e vendas de livros
em todo o país, após anos de grandes dificuldades. O sucesso da
40ª Bienal Internacional do Livro realizada recentemente no Rio de
Janeiro fechou com expressivos números: mais de 600 mil visitantes,
e quase 6 milhões de livros vendidos, recorde absoluto de vendas,
com média de nove livros por pessoa. Foram mais de trezentas
atrações nacionais e internacionais, quase 500 editoras, selos e
distribuidoras e uma diversidade de títulos. Devido ao sucesso em
todas essas quatro décadas, a Bienal do Livro passa a ser Patrimônio
Cultural do Livro do Rio de Janeiro. Com certeza foi a maior Bienal
de todos os tempos. A desse ano ficou marcada pela união de diferentes mídias para contar histórias, e todos esses novos formatos
convergem narrativas se cruzando entre livro, audiovisual e teatro.
A evolução dos livros e longa, cheia de mistérios e surpresas.
A trajetória desse artefato fascinante que foi inventado pelo homem
para que as letras, códigos, palavras pudessem viajar no tempo e no
espaço. Várias formas de fabricação, modelos, edições e formatos
que, ao longo de toda a jornada humana, fora testado e reinventado.
Os livros nos levam desde os tempos da Alexandria nos campos de
batalha e, também, na Vila dos Papiros que o vulcão Vesúvio com
suas lavas fez sepultura. A viagem prossegue, e o livro que temos
hoje tomando novas formas, passando pelos palácios de Cleópatra.
Chegamos a 2023 com este importante reconhecimento mundial,
o Rio de Janeiro será, em 2025, a Capital Mundial do Livro, título
concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco). Pela primeira vez uma cidade de língua
lusófona irá receber este importante título mundial, e assumirá o Rio
de Janeiro este papel, a partir de 23 de abril de 2025.
O título concedido pela Unesco e por grandes representantes
da indústria editorial mundial contempla uma cidade, como reconhecimento da qualidade dos programas de promoção do incentivo
à leitura e dos livros; dedicado a toda a indústria livreira do Brasil.
Hoje a Capital Mundial do Livro é Estrasburgo, uma Comuna na
França. O objetivo de se escolher anualmente a Capital Mundial do
Livro é fortalecer e democratizar o acesso à leitura, com foco especial em jovens e em comunidades mais vulneráveis, com desenvolvimento de programas e atividades que promovam o livro e a leitura.
Finalizando um ano literário tão produtivo, acontece em
novembro a Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, na sua
21ª edição, apresentando novas possibilidades de ocupação dos
espaços públicos, com cultura e educação, impulsionando mecanismos de troca entre aqueles que por lá irão transitar naqueles
locais. O sucesso da Flip é resultado de um longo percurso com
potencialização do território que dá sustentação à experiência de
todos que participam da Festa – moradores, visitantes, artistas,
escritores e trabalhadores de diversos setores. A premiada editora
capixaba independente Cousa, de Saulo Ribeiro, junto com mais
cinco outras editoras independentes de São Paulo, firmaram parceria com a local galeria e bar Matriz Cultural e criaram a Casa Pagã,
em homenagem a Zé Celso Martinez Correa, grande ícone da dramaturgia falecido em julho deste ano. Sugerimos a visita de todos,
afinal que lê livro é livre!