Junho, 2023 - Edição 292

Fundação Oscar Araripe

A eleição da escritora Heloísa Buarque de Hollanda para a vaga da saudosa Nélida Pinõn, na cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras, foi marcada por uma campanha inusitada, que trouxe ao noticiário o nome do artista plástico Oscar de Alencar Araripe. O pintor fora o primeiro a lançar, oficialmente, sua candidatura, um dia depois de realizada a sessão de saudade, em homenagem à acadêmica, no dia 2 de março. Inovando como postulante à vaga, Araripe enviou aos acadêmicos uma carta bem-humorada, “assinada” por 5 alencares seus parentes em apoio a sua candidatura. No texto, José de Alencar, Rachel de Queiroz, Araripe Junior, Hélio Jaguaribe e Mario de Alencar exaltam a importância da arte da Pintura. Heloisa Buarque de Hollanda, no entanto, recebeu 34 dos 37 votos válidos. A ABL continua sem um acadêmico de profissão pintor. Mas o nome de Araripe triplicou nas consultas de acesso às plataformas da internet e o site da Fundação que leva o seu nome é um sucesso que merece ampla divulgação. A Fundação Oscar Araripe, com sede em Tiradentes, Minas Gerais, desenvolve projetos artísticos culturais e sociais nas áreas de Pintura, Literatura, Música, Teatro, Jornalismo, História e MeioAmbiente.



Entre os projetos em andamento, incluem-se o de catalogação e publicação de obras visuais e literárias do artista, exposições, palestras e a programação musical “Um Piano ao Anoitecer em Tiradentes”, além de intercâmbios com outros artistas, organizações afins e universidades. A instituição coordena também cursos artísticos com crianças e adultos, em Tiradentes e em outros locais. Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Araripe, além de pintor e desenhista, é escritor, ensaísta, crítico e teórico de Arte e Cultura, arte-educador, periodista e animador cultural. Em 2011, alcançou grande sucesso com a exposição Flores, na Galeria Manuel Bandeira da Academia Brasileira de Letras, apresentada por Sergio Rouanet e Alexei Bueno. Na ocasião, foi saudado por Domício Proença Filho e publicou o artbook bilíngue Oscar Araripe, uma caprichada edição de capa dura, com 348 páginas, cerca de quatrocentas imagens, textos do autor e fragmentos críticos de renomados intelectuais brasileiros e estrangeiros.

Jornalista cultural no Correio da Manhã, Jornal do Brasil e Última Hora, escreveu o ensaio China, o Pragmatismo Possível, em 1974, e editou, com Augusto Rodrigues, o jornal Arte e Educação. O pintor possui galeria pessoal em Tiradentes desde 1992. Em 2018, foi o “Artista Homenageado” da Bienal das Artes de Brasília e recebeu o título de Cidadão Honorário de Ouro Preto, no Teatro da Ópera, onde, 50 anos antes, fez seu primeiro trabalho artístico – uma adaptação do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.

Atualmente, escreve Minha Vida de Pintor, que disponibiliza em seu site www.oscarararipe.com.br.