Dezembro, 2022 - Edição 286
A dama da medicina
Com a posse na Academia Nacional de Medicina de uma
das vozes mais importantes da ciência brasileira, a pneumologista e pesquisadora
Margareth Dalcolmo é a quinta mulher na instituição e a 8ª na história da associação, que existe
há quase 200 anos.
Dalcolmo teve 69 dos 80 votos da ANM, e passa a ocupar a cadeira que foi do médico pediatra Azor José
de Lima, professor-emérito da UniRio, falecido em agosto de 2020.
A cerimônia de posse, que ocorreu na semana em que é comemorado o “Dia do Médico”,
foi especialmente prestigiada, contando com a presença de várias personalidades,
não só da medicina, como da arte e da cultura nacionais. Entre eles, o presidente da Academia Brasileira
de Letras, Merval Pereira e os acadêmicos Arnaldo Niskier, Gilberto Gil
e Fernanda Montenegro. O secretário de Estado da Saúde do Espírito
Santo (estado natal de Dalcolmo), Nésio Fernandes destacou que a
médica capixaba foi uma das mais importantes vozes no combate à
desinformação durante o enfrentamento da grave pandemia de Covid19 no Brasil:
“A medicina se levantou durante a pandemia e médicos
com grande decoro e responsabilidade defenderam, com autoridade, a
medicina de ciência e consciência. Dalcolmo é exemplo máximo dessa
expressão”, disse.
Exercendo um papel fundamental na fase da pandemia da Covid19, Dra. Margareth evidenciou firmeza, empatia e compaixão, na
mesma medida da eficiência e ética médica. Não esmoreceu na defesa
do Sistema Único de Saúde (SUS), da vacina, do cuidado responsável
e da equidade, esclarecendo dúvidas e combatendo as fake news. Com
uma linguagem acessível, levou conforto e esperança a milhões de lares
brasileiros. Foi aclamada e aplaudida por sua luta incessante em prol da
ciência.
Ela também é membro de outras entidades voltadas à ciência e
saúde, como as sociedades brasileiras de Pneumologia e Tisiologia e
de Infectologia, e o Grupo de Peritos para aprovação de medicamentos
essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Academia Nacional de Medicina
Fundada no Rio de Janeiro sob o reinado do imperador Dom Pedro I, em 30 de junho de 1829, a ANM mudou de nome duas vezes, mas seu objetivo mantém-se inalterado: o de contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins, além de servir como órgão de consulta do Governo brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica.Desde a sua fundação, seus membros se reúnem toda quinta-feira, às 18 horas, para discutir assuntos médicos da atualidade, numa sessão aberta ao público. Esta reunião faz da Academia Nacional de Medicina a mais antiga e única entidade científica dedicada à saúde a reunir-se regular e ininterruptamente por tanto tempo. A Academia também promove congressos nacionais e internacionais, cursos de extensão e atualização e, anualmente, durante a sessão de aniversário, distribui prêmios para médicos e pesquisadores não pertencentes aos seus quadros.