O novo imortal Godofredo de Oliveira Neto
O romancista e professor Godofredo de Oliveira Neto foi eleito imortal
da Academia Brasileira de Letras, entre nove candidatos, para a cadeira antes
ocupada por Cândido Mendes de Almeida, que morreu em fevereiro deste ano.
O catarinense, de 71 anos, recebeu 22 votos e passa a ser o sexto ocupante da
cadeira 35.
Nascido em Blumenau (SC) no dia 22 de maio de 1951, com mais de 20
livros publicados no Brasil e no exterior, entre romances e contos, o novo acadêmico formou-se em Letras pela Universidade de Paris III, na França, onde também realizou seu mestrado (1979). É doutor em Letras pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (1989) e graduado em Relações Internacionais pelo Instituto de
Altos Estudos Internacionais, da Universidade de Paris II.
A obra de Godofredo de Oliveira Neto mescla ficção com a história do
Brasil. Professor titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, pós-doutor com pesquisa na Georgetown University – USA, foi premiado
com uma estatueta no Prêmio Jabuti, em 2006. Seus romances Menino Oculto
e Amores Exilados foram lançados no 35° Salão do Livro de Paris, em 2015. Seu
livro Ana e a margem do rio foi publicado na Bulgária e recebeu, no Brasil, o selo de Altamente recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.
“O Godofredo é um romancista importante, com obras traduzidas em
vários países do mundo, e isso é uma demonstração da Academia Brasileira de
Letras, que quis ter um ficcionista nos seus quadros”, enfatiza o presidente da
ABL, Merval Pereira.
Participaram da eleição, na sede da ABL, o palácio Petit Trianon, 34 acadêmicos de forma presencial ou por carta. A cadeira 35 teve também como ocupantes anteriores Rodrigo Octavio (fundador), Rodrigo Octavio Filho, José Honório
Rodrigues e Celso Ferreira da Cunha.
Pesquisador na área de Literatura Brasileira com foco no Modernismo
Brasileiro e na Literatura Contemporânea, Godofredo de Oliveira Neto também
é membro do Centro de Pesquisas sobre países lusófonos – CREPAL – Université
Sorbonne Paris III, desde 2017.
Para o autor, a literatura ajuda a refletir sobre a formação e a identidade
do brasileiro: “O Brasil tem uma história literária maravilhosa, que está sendo
resgatada porque era desigual, está sendo resgatada com autores afrodescendentes, indígenas, para mostrar
a real situação da sociedade brasileira, e esse papel da literatura é fundamental, ir ao
encontro da nação.
Trazer para o palco iluminado essas franjas enormes, maioria até da
nação brasileira, e isso tem que aparecer”, destacou.