Revista da ABL repaginada
Combinando o clássico e o contemporâneo, a Revista Brasileira, da ABL, mais antiga
em atividade no país, voltou repaginada, sob a
direção da acadêmica Rosiska Darcy de Oliveira.
Disponibilizada no site da ABL, a exemplo de
números anteriores, serão lançadas quatro edições anuais da publicação.
Cada uma delas deverá ter como ponto focal um assunto crítico da realidade brasileira.
Na edição de estreia, o tema escolhido foi Amazônias (com s).
Segundo a diretora, o assunto se impõe como uma ilustração do que a
revista pretende: “Contemporaneidade, relevância, diversidade de opiniões, respeito pela memória ancestral e anúncio do que está por vir.
Poesia e prosa guardam seu lugar de nobreza. As páginas se abrem agora
para a fotografia, o cinema, o palco, a música, as artes plásticas, as novas
linguagens e os movimentos culturais. A ciência e a tecnologia vêm juntar-se a todas as artes na tessitura de um mundo surpreendente”, afirma
Rosiska Darcy de Oliveira no editorial.
A reforma gráfica de Felipe Taborda, em parceria com Augusto
Erthal, do escritório de design E-Thal, deu a nova identidade visual no
primeiro número da décima fase da publicação (número 110), que marca
também a estreia de um novo conceito, como explica Erhtal: “São alguns
dos diferenciais desse projeto: o equilíbrio entre os estilos, o uso de elementos brasileiros, como as cores, e o protagonismo da tipografia. Para
unir esses dois últimos elementos, fizemos questão de usar fontes brasileiras como destaque.”
Com novas seções dedicadas à ciência, tecnologia, cinema, música
e fotografia, esse primeiro número traz uma longa entrevista com o fotógrafo Sebastião Salgado, mostrando seu trabalho na floresta. Colaboram
também nessa cobertura: João Moreira Salles, Eduardo Gianetti, Izabella
Teixeira, Marcio Souza, Paulo Nunes, Ricardo Piquet e a equipe do Museu
do Amanhã.
Recém-eleito imortal, o médico Paulo Niemeyer Filho estreia com
um texto sobre a criatividade e o cérebro. Os movimentos culturais, com
destaque para o legado da semana de Arte Moderna, são abordados pelo
acadêmico Antonio Carlos Secchin e por José Miguel Wisnik.
Há também uma seção de poesia cantada, composta por letras de
canções, entrevistas e artigos assinados pelos acadêmicos Gilberto Gil,
Antonio Cicero e pela jornalista e escritora Regina Zappa.
Ficcionistas da Casa de Machado, os acadêmicos Paulo Coelho,
João Almino, Ignácio de Loyola Brandão e Antônio Torres revelam o seu
universo de criação. Outros grandes nomes da cultura nacional também
estão presentes.
Uma sessão dedicada às cerimônias realizadas na ABL, neste ano,
traz o discurso de posse da acadêmica Fernanda Montenegro e o discurso
de recepção da secretária-geral da ABL, Nélida Piñon. Também a saudação ao escritor Ruy Castro, vencedor do Prêmio Machado de Assis, pelo
acadêmico Cícero Sandroni, assim como o agradecimento do escritor.
O discurso de posse do presidente Merval Pereira, também publicado na revista, ressalta que a instituição “é e sempre será uma trincheira a
favor da Arte, mas também da Ciência e da Paz”. O jornalista cita as atividades presenciais previstas para este ano na ABL, que abrangem celebrações, como os 125 anos da Academia e o bicentenário da Independência.
A revista pretende, ainda, reforçar todas as atividades que a
Academia Brasileira de Letras oferece para o público. Para isso, traz a
seção “ABL: Portas Abertas”, que, nesta primeira edição, tem textos de
Cacá Diegues, Fernanda Montenegro, Joaquim Falcão, Arno Wehling e
José Murilo de Carvalho.
Os livros lançados por acadêmicos, no ano de 2021, fecham esse
número, que tem, ainda, os acadêmicos Carlos Diegues, Zuenir Ventura e
Joaquim Falcão no Conselho Editorial.