A visibilidade de Isabela

Até o dia 3 de junho, com entrada franca, no Museu da Justiça do Rio de Janeiro, o público terá a oportunidade de visitar a concorrida exposição Presenças Invisíveis, idealizada pela artista plástica Isabela Francisco.

Inaugurada no mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, a abertura da mostra contou com a presença do presidente do Tribunal de Justiça do Estado Henrique Figueira e da primeira dama do Estado Analine Castro, entre outras autoridades. A cerimônia também contou com o lançamento da obra Metendo a Colher – com a mesma temática de violência contra as mulheres – do desembargador Wagner Cinelli.

Muito elogiada, a exposição é composta por trabalhos feitos por mulheres que sofreram violência doméstica e hoje vivem em abrigos. Um retrato triste e ao mesmo tempo um grito de socorro para o que acontece em nossa sociedade atualmente. A exibição foi realizada com o apoio do Rio Solidário e do Grupo Mulheres do Brasil, que comemora quatro anos.



Isabela Francisco conta que quis trazer visibilidade para a causa reunindo as obras em um lugar – hoje tombado – onde já aconteceram muitos júris sobre violência contra a mulher. “Quando conheci o abrigo, vi que poderia unir aquelas mulheres ao tribunal do júri”, afirmou. Como o salão do I Tribunal do Júri é tombado, há restrições sobre pendurar quadros nas paredes, por exemplo. A criatividade da curadora logo fez surgir a ideia de desenvolver a arte sobre lençóis, símbolo forte e presente no universo de violência contra a mulher, sobretudo a doméstica. De grande impacto visual, as peças foram pintadas pelas mulheres abrigadas.

No Salão dos Passos Perdidos, espaço conjugado ao Tribunal, Isabela Francisco apresentará em breve um trabalho elaborado sobre cliques da fotógrafa Rosane Naylor, feitos durante as visitas à Casa Abrigo Lar da Mulher, quando as autoras realizaram as obras.