A Operação Walquíria
Vivenciamos tempos atuais com perplexidade e ansiedade, a relembrar os tempos nefastos,
hitlerianos, quando um cabo austríaco, das falanges
do Império Austro-húngaro, membro do Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (uma
espécie que lembra um partido brasileiro), com viés
assemelhado e condutor das políticas propugnadas
pelo Fórum de São Paulo, verdadeira metamorfose
ambulante, entre o caos e o Holocausto, a gerar uma
das mais horrendas hecatombes do século XX, ou
seja – a Segunda Guerra Mundial.
Neste contexto floresce a figura da Princesa
Dona Maria Adelaide de Bragança, neta do Rei
Dom Miguel, destronado pelo Imperador brasileiro – D. Pedro I –, mais tarde
D. Pedro IV, ambos filhos de D. João VI, fato determinante da Guerra Civil
Portuguesa (1831-1834).
A busca pelo poder dos miguelistas por Queluz foi uma alternância, um
verdadeiro vácuo de mando, ocasionado pela presença das tropas de Napoleão
Bonaparte, comandadas por Junot, em terras de Portugal, quando o Regente D.
João e sua mãe doentia, vieram para a colônia do Brasil.
Verdadeiro hiato imperial.
Finda a Guerra Civil com a Convenção de Évora Monte, o destronado D.
Miguel é exilado para a Alemanha, onde casou com a princesa tedesca Adelaide
de Lowenstein-Wertheim-Rosemberg, e gerou uma linhagem da qual era integrante Maria Adelaide de Bragança
Centenária criatura, que trabalhou na Áustria como
enfermeira e foi condenada à morte por Adolfo Hitler,
por duas vezes, em decorrência de chefiar missão da
Resistência, que tinha por escopo proporcionar a fuga de
judeus e perseguidos pela SS, dos nazistas.
Detida a primeira vez, foi salva face à interferência
de Salazar.
Presa pela segunda vez, face ser agente da
Resistência, com codinome Mafalda, a interligar os ingleses com o Conde Claus von Stauffenberg, na Operação
Walquíria, que atentou contra a vida do Fuhrer.
Após, liberta pelos soviéticos, os primeiros a chegarem ao bunker de Hitler, em Berlim, final da Segunda
Guerra Mundial, Maria Adelaide de Bragança foi para
Portugal, em 1949, onde faleceu, em Lisboa, em 2012, aos
cem anos de existência.
Historicamente é interessante a fixação de seu
codinome Mafalda!
Deve-se à outra princesa, integrante da Resistência,
Mafalda de Saboia, filha do Rei Victor Emanuel III, da
Itália, casada com o bissexual (LGTBI+) Filipe de Hesse
Cassel, admirador de Benito Mussolini e dos ideais fascistas. A Gestapo prendeu-a em Roma, e levou-a para o
campo de concentração de Buchenvald.
Mafalda e Maria Adelaide eram contrárias aos
ideais do Partido Nazista!
Maria Adelaide de Bragança é um ícone na luta contra as anomalias de toda
ordem, quer no âmbito executivo, legislativo e, em especial, na órbita judiciária.
A propósito, convém lembrar o jurista Rui Barbosa (Ruy Barbosa de
Oliveira), que enunciou lapidar e irretorquível opinião:
“A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é, sobretudo, o
maior elemento de estabilidade das instituições.”
Está na hora de o Brasil e sua gente refletirem acerca da liberdade e dos
pilares da democracia, e estabelecer ordem na casa!
Caso contrário, as Marias Adelaides e as Mafaldas de Saboia terão que
voltar a desempenhar seus papéis!