Outubro, 2021 - Edição 272

Um vitorioso projeto Social

Eu vi o projeto social “Apostando no Futuro”, da Fundação Cesgranrio, nascer e, nesses 16 anos, nunca deixei de acompanhá-lo. É com emoção que escrevo o artigo de hoje.

Já escrevi, ao longo dos anos de sua existência, sobre a história desse Projeto, que beneficia diretamente cerca de 450 famílias e, indiretamente, os dois mil moradores das quatro comunidades onde é desenvolvido: Paula Ramos, Vila Santa Alexandrina, Parque André Rebouças e Escadaria.

Não vou repetir aquilo que já escrevi, embora a história do “Apostando no Futuro” seja muito bonita e inspiradora para outros projetos sociais. São muitas as pessoas que por ele e nele trabalham. Há, entretanto, dois nomes que devem ser citados. O primeiro é o do presidente da Fundação Cesgranrio, professor Carlos Alberto Serpa, por ter decidido, em 2003, que a Cesgranrio, embora ajudasse financeiramente algumas ONGs para realizarem projetos sociais, deveria ter seu próprio projeto e que, durante os quase 16 anos de sua existência, o apoiou permanentemente. O segundo nome é o de Cláudio Saraiva, que, por sua grande experiência nas áreas de planejamento e social, foi convidado pelo professor Serpa para conceber o projeto social da Cesgranrio e implantá-lo nas quatro comunidades.

Essas duas pessoas estão e estarão, para sempre, fazendo parte da história do projeto “Apostando no Futuro”. Por que voltei ao tema? Porque há uma parte dessa história que é recente, e que ainda não havia relatado. Essa parte tem, para mim, um valor muito grande, porque ocorreu durante a pandemia que se abateu sobre o mundo, trazendo com ela, além da tragédia que envolveu a humanidade desde março de 2020, o isolamento, o medo, a tristeza, a paralização de inúmeras atividades, e foi e tem sido responsável por consequências que se abateram sobre instituições e a população. Dentre essas consequências, considero uma delas de relevada importância: a paralização das atividades educacionais.

As escolas no Brasil e em outros países foram obrigadas a fechar suas portas por mais de um ano e meio. Nesse período, o Brasil deu início ao ensino remoto, a fim de impedir que nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos ficassem privados das atividades escolares.

A intenção foi boa, mas o resultado nem tanto, uma vez que muitos estudantes não tinham os meios para acompanharem as aulas virtuais e, também, porque o ensino remoto não substitui o ensino presencial, principalmente na educação infantil e no ensino fundamental.

É onde entra o Projeto “Apostando no Futuro”. Tal qual as escolas públicas e privadas, o “Apostando no Futuro” suspendeu as atividades presenciais no dia 14 de março de 2020. Entretanto, se organizou e, no dia 28 de março, deu início às atividades on-line.

O espaço de um artigo impede-me de citar, uma a uma, as atividades remotas oferecidas aos beneficiários do Projeto pelos profissionais que nele trabalham: videoaulas organizadas pelos professores de educação física, inclusão digital, oficina de artes plásticas, judô, oficina do pensar, zumba, danças urbanas, reforço escolar, percussão etc.

Além das videoaulas, o Projeto ensinou como fazer máscaras; orientou sobre medidas a serem tomadas para evitar a disseminação do COVID-19; informou sobre a Campanha da Vacinação; deu informações sobre o ENEM.

Quando a pandemia começou a declinar, a coordenação geral do Projeto, atividade que é da responsabilidade da Coordenadoria de Projetos Sociais, da Fundação Cesgranrio, elaborou uma proposta para o reinício das atividades presenciais. Ficou decidido que, para estimular a mobilização da clientela do Projeto, o reinício seria com o Bazar de Doações, evento que se repete há seis anos. O bazar funcionou do dia 5 até 8 de agosto. No penúltimo dia do Bazar de Doação, o Projeto recebeu o Dr. Marcelo Lengruber, para uma reunião com todos os profissionais do projeto para falar sobre a pandemia, o contágio do COVID-19, os protocolos de segurança e higienização dos ambientes.

No dia 12 de agosto, de segunda à sexta-feira, o “Apostando no Futuro” voltou a oferecer, presencialmente, todas as atividades. Mais uma vez, o Projeto “Apostando no Futuro” mostrou que é uma iniciativa com características marcantes, desde sua concepção. Mesmo no momento trágico da pandemia, conseguiu se organizar para ficar parado apenas 14 dias.

Termino agradecendo ao presidente da Cesgranrio por seu permanente apoio ao Projeto, e agradecendo a dedicação e compromisso dos profissionais que, em 14 dias, se prepararam para oferecer remotamente todas as atividades. Enfim, elogiar o “Apostando no Futuro” por ter se mantido ativo durante a tragédia que se abateu sobre a humanidade.

Por Terezinha Saraiva - Educadora.