Outubro, 2021 - Edição 272

A relação de Gabriel Chalita com as Letras

xxxxxA relação do advogado, filósofo, escritor, palestrante e professor Gabriel Chalita com as letras começou cedo. Aos 12 anos, já percebendo os sentimentos que saltavam das palavras, inspirado pela professora Ermelinda, escreveu o primeiro livro.

Cerca de 90 publicações depois, com quase 10 milhões de exemplares vendidos, na carreira acadêmica já orientou mais de 300 bancas de mestrado e doutorado, sendo sua própria trajetória fonte de inspiração para muitos alunos. Nascido em 30 de abril de 1969, em Cachoeira Paulista (SP), iniciou a carreira docente aos quinze anos. Nunca mais deixou a sala de aula.

Fez dois doutorados – em Comunicação e Semiótica e em Direito; e dois mestrados – em Sociologia Política e em Filosofia do Direito. Dirigiu várias instituições educacionais e ocupou importantes cargos públicos. Foi secretário da Educação do Estado de São Paulo e secretário da Educação do Município de São Paulo. Foi, também, vereador de São Paulo e deputado federal. Membro da Academia Brasileira de Educação e da Academia Paulista de Letras, é professor dos cursos de graduação e pós-graduação nas universidades PUC-SP, Mackenzie, IBMEC e Damásio.

Sua primeira obra de destaque foi uma coletânea de biografias de grandes mulheres: Mulheres que Mudaram o Mundo, onde fala das vidas de Joana D’Arc, Marie Curie, Isadora Duncan, Helen Keller e Anne Sullivan, Gabriela Mistral, entre outras. Aos 20 anos, convidou a acadêmica Lygia Fagundes Telles para o lançamento do livro, em São Paulo. A escritora foi. Deu início, assim, à grande amizade que os une. A obra literária de Chalita vai dos romances, como O Pequeno Filósofo, recém-premiado pela UNESCO, na Cátedra da PUC do Rio de Janeiro, aos ensaios, como Sócrates e Thomas More, Correspondências Imaginárias. Seu livro de contos, Mulheres de Água, mereceu elogiosa resenha crítica do saudoso imortal Ivan Junqueira.

Os 10 Mandamentos da Ética, ensaio sobre a ética aristotélica, ocupou uma página de elogios no Jornal El País quando lançado, na Espanha. A versão em espanhol o levou a livrarias e universidades de diversos países da América Latina, assim como a tradução para o espanhol do livro sobre educação, Pedagogia do Amor. Na pedagogia, destaca-se, ainda, Educação, a Solução Está no Afeto; Pedagogia da Amizade; A Escola dos Nossos Sonhos; Aprendendo com os Aprendizes e Famílias que Educam.

No âmbito do direito, entre outros, publicou A Ética dos Governantes e dos Governados, O poder e A sedução no discurso jurídico. Nas crônicas, O Entregador de Sentimentos e Aos Mestres com Carinho. Sem contar com a coleção de livros para crianças e adolescentes, intitulada Filosofia e Vida e o livro didático Vivendo a Filosofia.

A obra Ética do Rei Menino, com dezenas de edições, foi adaptada para o teatro, permanecendo muito anos em cartaz. Na esteira de sucesso, Chalita foi escolhido por Stan Lee para escrever um livro com super-heróis genuinamente brasileiros para um projeto de valorização da Floresta Amazônica. Foi o último trabalho aprovado pelo criador da Marvel (o livro chama-se Aliados da Amazônia).

No teatro, escreveu sobre o centenário de Nelson Gonçalves, com a peça Nelson Gonçalves, o amor e o tempo. Muito louca foi uma comédia interpretada por Suely Franco e Fafy Siqueira e Hortance, a velha, por Grace Gianoukas.

Esse artigo se trata, apenas, de um pequeno resumo sobre uma vida dedicada à literatura e à implementação de políticas públicas que incentivou, em todos os momentos, a leitura como ampliação do repertório de conhecimento humano. Gabriel Chalita é candidato à Academia Brasileira de Letras, concorrendo à vaga de número 12, que pertenceu ao crítico literário Alfredo Bosi (falecido em abril, aos 84 anos).

Por Manoela Ferrari