Julho, 2021 - Edição 269
Livros – pergaminhos do amanhã
Costumo afirmar que os livros serão os pergaminhos do Amanhã,
atualmente existentes com 129.864.880 edições, conforme registros
diários da Inside Google Books. Muitos dirão, poucas! Observem que se
tratam de edições de livros impressos!
Livros impressos têm seu início com o homem de Mogúncia, face
o advento da prensa com tipos móveis, imprimindo Johannes Gutenberg
a Bíblia, em 23 de fevereiro de 1455.
Todavia, livro promana de liber, que significa uma membrana,
existente entre a casca e o
cerne de algumas árvores,
primitivamente utilizada
para a impressão.
Antes, os registros
eram inscritos em argila,
em couro, em pedra, em
ossos e em metais, mais
tarde transpostos em
seda, em papiro, em pergaminho, em papel, finalmente.
Uma longa trajetória
até a chegada dos e-books,
etapa que será substituída pelo “chipamento”
dos seres humanos, que
se tornarão gigantescas
bibliotecas ambulantes.
Antevisão, sim.
Previsibilidade embasada
na vertiginosa inteligência
artificial que inicia descobertas no ignoto universo
neuronal. Além, claro, das
pesquisas do mundo da
genética, da bioquímica e
da astrofísica. Tenhamos
em conta que iniciamos
viagens estelares... Algo
incognoscível!
O Tempo é uma ficção humanoide.
Recentemente, Walter Montgomery Jackson (1863-1923), ao
difundir a britânica The Children´s Encyclopaedia, conhecida como Tesouro da Juventude (The
Book of Knowledge), assim enunciava ipsis literis, podendo-se considerar, hoje, até certo ponto algo risível:
“Encyclopedia em que se reúnem os conhecimentos que todas as
pessoas cultas necessitam possuir, offerecendo-os em forma adequada
para o proveito e entretenimento (sic) dos meninos.”
Um destes “meninos” foi o octogenário autor destas divagações, ao
receber, aos dez anos de vida (1950), a coleção do Tesouro da Juventude
(edição da Jackson & Jackson, Inc.) composta por 18 compêndios, lidos
e relidos várias vezes, fonte de consulta permanente, à época.
Com o advento da internet, este cenário tornou-se mera e saudosa
relembrança!
Os audiolivros são realidades em quaisquer idiomas, decifráveis
com a simples manipulação do Enence (Instant Translator), que permite
qualquer beócio comunicação em 29 idiomas.
Outrora, as tradicionais conversas nos alpendres, transmutativas
dos conhecimentos vivenciais sob o manto da milenar dialética familiar,
verdadeiro caminho entre as ideias na ideação do grego Platão, estão
sendo convergidas para as redes e suas plataformas internéticas, de
forma globalizada e instantânea (on-line).
Imagine-se a genialidade de Leonardo da Vinci, no medievo, ao
antever o futuro com a edição do Codice sul volo e sugli uccelli (Códice
sobre o voo dos pássaros), em 1505, confrontado com as realidades tecnológicas da atualidade.
A Biblioteca Digital Mundial (World Digital Library), multilingue,
criada pela Biblioteca dos Estados Unidos e UNESCO, conduz o estudante
não mais às bibliotecas, de forma presencial; mas, ao contrário, promove
a convergência à classe discente em salas de aula, a forma instantânea
e eletrônica, a disponibilizar um volume gigantesco e inimaginável de
dados, de dicionários e, sobretudo,
de ensinamentos
estratificados.
A Teoria
Quântica, proposta por Max Planck,
é algo impressionante, senão vejamos o descortinar
dos meandros
deste universo:
“A mensagem é que na teoria quântica não
há fatos objetivos.
Isso quer dizer
que um mesmo
fato não é visto
da mesma forma
por diferentes
observadores.
Trata-se de
uma disciplina tão
impressionante
quanto complexa
que se propõe a
definir e entender
aquilo que não
se vê, aquilo que
não se pode medir
e todo o indeterminismo inscrito
nas partículas que
compõem a nossa
realidade.”
Em suma,
a realidade não
existe! Os livros
não existirão mais!
A Odisseia da Gnose, mais do que um livro, é um contraponto
visionário assestado para a comunicação do Amanhã, de cunho telepático, de natureza informacional, em que o pensamento será a linguagem
instantânea e cotidiana entre os seres.
Os livros? Serão os pergaminhos do Amanhã!