Março, 2021 - Edição 265

Poeta Caiçara

Sou de todo mar
Vagas e espumas
Oceanopoema o meu cantar
Sou barco em travessia
Corpo benzido em sal e maresia
Sou rede, tarrafa, linha e anzol
Os olhos da noite
e o encanto do sol
Sou rochedo cantando alegrias
o murmúrio dos ventos, ventania
Sou a fúria das ondas
Tempestade e calmaria
A tarde toda prosa
E o raiar de cada dia
Sou a luz da lua clara
Em noite escura de verão
Sou poeta caiçara
Dos litorais atlânticos
Desse meu marujo coração
Guardo versos e rimas
Em conchas de fantasias
E vou remando sina
Na canoa à vela
Da minha poesia
Sou filho das águas
Protegido de mãe Iemanjá
Sou poeta caiçara
Pescador a versejar
Menino de pés descalços
Rabiscando sonhos no infinito azul do mar

Por Peilton Sena - Membro da Academia Santista de Letras