Julho, 2020 - Edição 257
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Os seus lábios são beijos;
É uma canção de embalar a sua boca!
Nas suas pálpebras há um mar de lágrimas ocultas.
Os seus olhos não são castanhos,
Nem pretos, nem verdes, nem azuis;
Ela tem os filhos refletidos nos olhos.
A luz de sua pupila está exangue.
Quantos dias tem seu filho, tantas vezes
Essas pupilas brilharam na escuridão da noite.
Suas mãos são afagos; é um berço o seu regaço.
Foram feitas para abençoar,
Essas mãos que nossos beijos gastaram.
Ela está acordada quando todos dormem,
E o relógio bate só para ela
As intermináveis horas da noite.
Horas da eternidade, infinitas como seu amor.
Mulher de prole imensa, de descendência infinita!
De filhos numerosos como as estrelas do céu
E os rebanhos da terra
Acalenta teu filho, mulher, enquanto é teu!
Porque os filhos, como as aves, crescem e voam;
Voam e abandonam o ninho onde nasceram.
Possui teu filho totalmente!
Dá-lhe todos os beijos que tens na boca;
dá-lhes todos os carinhos que tens nas mãos.
Dize-lhe todas as coisas lindas
que só ele compreende e só tu sabes dizer.
Ama-o como unicamente tu sabes amar!
O filho cresce, não é mais filho: é um homem.
Só tu és sempre Mãe!